quarta-feira, 29 de julho de 2009

44 miKroPoesias do Twitter

44 Enquanto acordas do teu sono sem sonhos ou pesadelos, atravesso espelhos sem imagens, num caminho abstrato entre velhos retratos e novelos!

43 Atracas teu navio em meu porto, após ressacas e ventos, sem âncoras ou cordas amarras em mim teus laços, um cais onde teus ais serão mortos!

42 Pego nacos do teu dia, mensagens em migalhas, significados indigestos, a casa em tralhas, ora triste, ora em alegria: sou eu em teus restos!

41 Na fuga de meus limites em aquarela, espalho na retina a luz do dia, que em névoa evanescente e fugidia, ainda compõem tua imagem bela!

40 Vi em teus olhos alguma alegria, pequenos e cintilantes brilhos: duas estrelas em noite de tempestade, guiando-me de volta aos teus trilhos.

39 Do nada surge a vontade de não fazer nada. Tudo se encaminha com a lentidão da espera. Ao redor e dentro a inércia reina em contos de fada.

38 Louca e insaciável: roucas lamúrias, arrepios inesperados, saliva quente, luxúria viável, cio molhado, fermento indecente em deriva espúria!

37 Havia-se como um Amanita Muscaria, saia de Disney, efêmero orvalho da manhã, letal para famintos, alucinógeno homeopático: quase uma maçã.

36 De tanto pautar minhas escolhas na liberdade, descobri que isto tolhe minha livre escolha de vicular-me a alguém de verdade.

35 No avesso leio a vida ao contrário, meu burro emocional empaca, não creio neste tom arbitrário, nem na palavra nós, de quem ama e me ataca.

34 Qual formiga virou em cigarra? Quem disse que meu sonho acabou? Onde começou a distorção das guitarras? Que hera de aquário eu era ou Soul.

33 Próximo de tua Lua gira minha loucura, hora em tônica minguante, hora crescente, polarizada e nua, irritante e crônica, uma poesia sem cura!

32 Era uma contorcionista tão perfeita que se acariava intimamente como amantes indescentes: uma @rrOBA corporal! Um caracol autoincandescente!

31 Hoje é dia de reencontro, um pronto lugar, um amor antigo, um amigo beijo... uma paixão latente... um diferente amar... um mar de renovação!

30 Quero tocar pautas afins com dedos ao Sol compor uma harmonia sem ser em sustenido ou dó maior, cantá-la em solfejo como um adágio em bemol!

29 Domingo perdido e lento, solitário e cinzento, parido de um sábado vadio sem nome ou pseudônimo, morreu anônimo em uma segunda onda de frio.

28 Fim de paixão: morte ao poeta! Velório sem cachaça, sem choro e nem vela, tem graça sem ela? Ela se esvai discreta em completa solidão...

27 Sem paraquedas pulo de teu avião em chamas, com unhas de preguiça escalo tuas montanhas, com tubos de adrenalina mergulho em tuas entranhas!

26 Aluga me liga me bloga me twita me manda me alguma pouca mensagem! Escreva me fale me faça me grita me toque me com uma louca massagem!

25 Quando penso que estou curado de minha louca paixão e menos te espero, sonho com Você ao meu lado querendo-me do mesmo modo que te quero!

24 Reclamas de minhas liberdades clandestinas, querendo que eu me sufoque em culpas, que só existem pela ação neurótica de tuas serotoninas...

23 Rastreio teus destroços em busca de algo que em mim viva, perdido na imensidão de um mar onde já não há mais braços para nadar a tua deriva.

22 Redemoinho de saci, enceradeira desgovernada, água no ralo, moinho, autorama e pião, como dentes de cão atrás do rabo gira a minha paixão @@

21 Transparente e gelada, a ira parte sem fechar a porta, cessa o vento na cortina, enquanto o Sol desmaia inconsciente em minha pesada retina.

20 O que é teu louco que não se contém? Lava de vulcão, ira santa, tansa lira, válvula de cão... e também... o não querer a minha louca paixão!

19 se teu silêncio é arte de não ser: não me fez se a arte de ser está no silêncio: eu grito até que meu silêncio seja audível em tua surdez

18 meu verso belo é elo comum no universo paralelo teu... teu paralelo universo no comum elo é belo verso meu...

17 Cego senti a noite chegar pelo orvalho de tuas entranhas. Nu segui teu rastro quase sem cheiro. Só achei o teu gozo em tatuagens estranhas.

16 Lenta é a espera: mensagem não dita, maré mansa, escasso vento, segundo que se faz escada... são colunas que sustentam tua noite em calada!

15 Meus destroços espalham-se após colidir com teu icebeg não sei: sei que um nó na garganta reunirá ao acaso as pinhas de uma paixão sem lei!

14 Não é secreto que te amo, chamo de discreto o quão de antes que só ficamos... o certo é que distantes vamos, quando pertos e a sós estamos.

13 Reviro meu terço ora em tiras. Giro a conversa até que um verso inspire. No reverso do teu agora oro para que o sufocante ar da hora expire.

12 Quando a tristeza chega dando um pé na alegria, solto a raiva em minhas cãs rebeldes! É o medo de um amor que dança nos passos da nostalgia.

11 Enquanto corro em desespero ante nenhum depois... Torro meus neurônios em aldeídos mal filtrados de nós dois!

10 Toda história tem um lugar comum: começo, meio e fim. A nossa é sem início, o meio é um fim em si mesmo e por não ter fim, é história de um.

9 Ante a dor amiga e a dor de uma amiga, abre-se a minha dor que a abriga.

8 Busco brilhos em teus olhos, há uma lágrima sem porquê. Nela vejo minha imagem: meus olhos brilham. Neles vês tua miragem: minha dor é Você!

7 Olho a segunda-feira na contra a mão da hora, como uma segunda mão de um domingo que teima em continuar no agora...

6 Estou do outro lado da cerca, nem longe e nem íntimo, nem monge e nem ínfimo. Acerca! Paralizado no tempo, pensando acerca de tuas cercas!

5 O Universo paralelo que viajas faz de mim um extra terrestre sem escolta, quero uma bicicleta para trepar na nave mãe consciência de volta!

4 Parachoque de caminhão: sexo domingo de manhã é como missa com quermesse! Entra e sai da Igreja... prazer e reza até que a obrigação cesse!

3 Sob o cumulonimbus do edredon puxas meu manche para subir! De ponta cabeça tua húmida bússola perde o Norte em um simbólico câncer zodiacal.

2 Vôas em loops continuos no céu da boca, minha saliva precipita no arrepio do teu casco novo: são rotas nuas tuas grutas em cachoeira!

1 Olho teu frio com lágrimas de vidro... a estação é digerida em meu cérebro reptiliano, a lama de tuas intenções não te livrará dos olvidos!