quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Avesso

Miro 3.jan.2006

Minha natureza te detesta
Porque tu és o meu avesso
O contrário de uma festa
Tudo que ainda não conheço
...
Minha essência te rejeita
Diabo na casa do terço
Urubu na minha horta
Rima torta no meu verso
...
Minha história te contesta
Do final até o começo
Tua caminhada é feita
De aventuras e tropeços
...
Minha memória te apaga
Quando você desaparece
Mas como se fosse praga
Em meu peito ainda cresces
...
Mas teus olhos são constantes
Eles me perseguem pela vida
E eu me entrego num instante
A tua fome de fera ferida
...
E tua boca me devora
Como loba em pleno cio
Faz o tédio ir embora
Fogo aberto contra o frio
...
O teu ventre me arrebata
Como ondas em maré cheia
Invadindo minhas matas
Viro praia sem areia
...
Só tua carne me sustenta
Como ela sem tempero
E a diferença não se agüenta
Mistura calma e desespero
...
Minha natureza te detesta
Minha essência te rejeita
Minha história te contesta
Minha memória te apaga
...
Mas teus olhos são constantes
E tua boca me devora
O teu ventre me arrebata
Só tua carne me sustenta.

Ampulheta!


Miro 01.08.2003

Ao olhar a areia escorrendo tranqüila na ampulheta
Sinto o tempo no vão entre os meus dedos
Lembro-me dos ciclos que já vivi
Das vezes que para recomeçar
Precisei, como a ampulheta,
Virar-me de cabeça para baixo
Deixando escoar velhos preconceitos
E enchendo o vazio da ansiedade
Com o calor da vontade
E as cores vivas da esperança
Meu maior engano foi acreditar
Que cada ciclo seria definitivo
E a cada vira-volta que fazia
Mais aprendia,
Um novo
modo de olhar:
o mundo
Olhar o vento
Olhar as pessoas
E o próprio tempo.
Hoje sei que o tempo é amigo
Que apaga as mágoas
Que supera as perdas
Que apesar de inesperado
E inevitável, é o tempo
O grande recurso que tenho
Para ser feliz, para ser amigo
Para ser alguém, para olhar o futuro
E para recordar também os bons momentos
Que como a areia da ampulheta
Escorregaram ligeiros pelos meus olhos
Mas que por força da saudade
Se agitam sempre no fundo do coração
Trazendo a certeza que me leva em frente
Em busca de novas verdades, novos desafios, uma nova realização!

Divas & Divas

Miro 17.08.2004

Adoro achar nas mulheres mais lindas
Pequenos defeitos que as fazem quase reais...
Tornando leve, possível e descontraído,
O difícil encontro com a inusitada Vênus
Em dia de trabalho... ao acaso esculpida!
...
Uma pinta atrevida junto a lábios carnudos,
Orelhas de abano entre cabelos sedosos,
Dentes de Mônica num sorriso de estrelas,
Gordurinhas além da calcinha, uma estria nos flancos.
Pequenas marcas... que as tornam humanas!
...
Outros estímulos minúsculos também me encantam
Nos quais mergulho em devaneios curtos
São ondas cristalinas do divino momento
Quando descubro o belo de uma mulher comum
Que a transforma de repente... em minha inesperada Diva!
(*) Para minha inesquecível Diva, com saudades, muitas...

Jaça!

Miro 10.06.2005
Quando da convivência nos escapa
Aquela pessoa que nos é tão cara
É como descobrir dentro do peito
Um pequeno defeito em pedra rara
Assim sem graça pela distância
E diante da jaça que se fez saudade
A ansiedade fala do que não está pronto
E do consolo tolo da esperança
Quem sabe colar ausência em mil pedaços?
Talvez a mágica de algo inesperado
Que no destino crie alguma trança
No espaço aberto confortável da amizade
Ou no instante feliz do reencontro!

À Tua Pele Negra

Miro 02.jan.2006

Quando a tua pele negra
De repente me devora
Viro teu escravo branco
E Você minha senhora...

O teu colo é uma senzala
Os teus lábios são grossos açoites
Que aumentam minha tara
E me queimam toda noite...

Quando a tua pele negra
De repente me devora
Viro teu escravo branco
E Você minha senhora...

O teu ventre é um chicote
Eu me amarro no teu tronco
Tuas pernas uma prensa
Que me deixa sempre pronto...

Quando a tua pele negra
De repente me devora
Viro teu escravo branco
E Você minha senhora...

Tua cama é um pelourinho
Onde algemas minhas mãos
Quero servir ao teu prazer
Num Tijuco de tesão...

Quando a tua pele negra
De repente me devora
Viro teu escravo branco
E Você minha senhora...

Africana Deusa do Brasil
Tuas coxas são minhas guias
Estou preso aos teus grilhões
E nem quero alforria...

Andaluzia!

Miro 02.07.2007

Na boca: um gosto de vinho!
Nos olhos: brilhos de nossa vidraça!
No céu: uma Lua quase cheia!
No ar: o pouco do inverno!
Nos teus olhos: muitas conquistas!
Nos teus lábios: palavras de amor!
Por teto: um canto espanhol!
Nos corações: o mesmo sapateado!
Na música: um "toque" e um "cájon"!
Em nós: um sensual bailado!
Como uma dança flamenca
Sombras de guitarra Andaluz...
Castanholas pulsando
Ao redor da fogueira
A flamejante vontade
Na flor vermelha ainda luz
Ciganos carinhos se batem
Na palma de nossas mãos
E se renovam a cada passo
De nossa Ibérica paixão!
(*) Para Katy

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Eu entre Elas.

Miro 14 de outubro de 2009


Em sonhos de menino
alimento inveja pública,
a sinfonia irresistível,
a sintonia da música
dos mútuos toques femininos.
.
Onde pura & puta
associam-se de modo fácil
a movimentos sutis,
de uma prazerosa luta
aparentemente legível
só para quem tem
iguais cromossomos x...
.
Há nestes carinhos bélicos
sem natural penetração
algum mistério fálico
uma incompleta composição,
que poético psicografo
como versos fragmentados
da décima musa Safo
ainda não censurados...
.
Ah! Os afetos das fêmeas!
Como homem, entendê-los?
Longe das almas gêmeas,
além do esfregar dos pelos...
.
Há neles muita magia
um hálito divino,
mais que o qualquer,
que instiga o menino
e alimenta toda mulher:
Uma certa ansiedade,
uma ira escondida,
uma vadia vontade,
uma incontida aflição,
que logo vira saudades...
como que assim cumprindo
um amaldiçoado destino
que só consegue seguir
com a marca da separação?
.
Aí da memória pélvica!
Marcada pelo fátuo fogo
quase interno e invisível
de uma paixão dividida
que era tudo de bom!
Que marca irremovível
esta cicatriz tântrica,
tatuada no auge de vida
por unhas afiadas no jogo
de esmaltes, bases... batons.
.
Como então explicar
a fatídica separação
de tão íntimas amigas?
Um ciúme indecifrável,
alguma cruel intriga?
O que mantem atiçado
tanto afeto no coração?
Será a conserva sensível
do cume inatingível
de horas e horas de tesão?
Ou o pico inesquecível
que junto foi conquistado
sem sequer sair do chão?
.
As vertigens assim conquistadas
em alpinismo de belas
parecem que foram deixadas
em fendas tão profundas
que homens com sua casca
jamais poderão vê-las,
pois sua rudeza lasca
o que cravos invisíveis
colocados com sutileza
nos vórtices dos arrepios
criaram com gentileza
afetos inesquecíveis...
(*) Inspirado em texto de http://euentreelas.blogspot.com/

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Teus Líquidos

Miro 01.10.2005
Senti nos lábios o mel de tua saliva
Doçura quente, refinada e louca;
Fluindo leve da garganta aos dentes
Cometa livre no céu de minha boca.
Ao perceber em mim teu sangue ardente
Como um vinho raro em minha taça
Arrebentei as trancas do meu peito
Deitei-me em ti, precipitando em graça.
Senti na língua o óleo de tua concha
Temperando as sopas de tuas valas
Que foi servida em pratos quentes
Espalhando teu gozo em toda sala.
Depois lambi o suor de tua pele
Com trezentos fios de linho egípcio
Cobri teu corpo com meus machos pelos,
E sucumbi feliz num sono precipício.
Ao acordar vadio no dia seguinte
Ouvi do toalete tua cascata fina
Mas não percebi que os teus filtros
Queriam mais que uma rotina.
Aí veio um tempo de secura farta
Um deserto tosco de areias límbicas;
Onde minha cobra e tua lagarta
Sorviam ausências quase crônicas.
Por coincidência ou destino
Não descobri ninguém com tua química
Vaguei perdido em outros palcos
Até cruzar contigo em trama mímica.
Sentindo um no outro, outros perfumes;
A vontade foi de se cuspir em longa mágoa
E vomitar no outro a bílis do ciúme
Criamos raios em meio copo d’água.
Nosso fio gelado de olhar em faca
Arrancou de nós antigas lágrimas
Ante algo que não aconteceu de fato
Nos abraçamos loucos em uma nova página.
E a mesma lágrima que regou as chagas
Lubrificou a volta, pensando feridas.
Abrindo o espaço em imensas vagas
Se fêz azul o mar de nossas vidas.
Assim teu corpo recebeu minhas gotas
Como um Graal de ouro, aberto e ávido
Estrela concebida em forma de seis pontas
Movendo-se livre até teu ventre grávido.
E em teu seio o branco se fez leite
Com meu filho dividi teu gosto íntimo
Sentindo na boca dele igual deleite
De ser eterno náufrago em teus líquidos.

Freeway!

Miro 02.08.2007

Rasgo meus projetos, desejos e enganos.
Travo meus sonhos, vontades e planos.

Nego acreditar que ainda não te posso ter.
Nego ver a realidade insípida sem te ver.

Faço um retiro forçado como falso monge
E invento uma forma de magoá-la de longe.

Engato uma ré na freeway escura e vazia
Trafegando por novas e proibidas fantasias.

Congestiono meu nariz com lágrimas poucas
Asfixiado pela falta de ar desta paixão louca.

Viajo no tempo de um relógio acidentado
Bebendo teus olhos em olhos bem maquiados.

Destilo tua imagem em um alambique qualquer
E escolho ao acaso o tesão de outra linda mulher.

Percorro meus pés por estradas livres e libertinas,
As mãos por corpos maduros ou moças quase meninas.

Iludo em rimas e me iludo com as vantagens do momento.
Limpo do pára-brisa a frustração deste louco sentimento.

E quando cansado, sem combustível no travado motor;
Durmo em qualquer acostamento, sonhando com teu amor!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Crenças Cruas

Miro 27 de junho de 2007

Louca isca em meu sujo anzol,
Nenhuma frase de lugar comum,
Nenhuma sombra ou lugar ao Sol,
Ainda que seja só, o Sol é só um.


Ante a força inevitável do eclipse
Os olhos temem se cruzar no bar,
Destinos desenham suas elipses
Atravessadas órbitas do olhar...


Nagô, nego ouro em africano som.
Tarô cego, um tiro de russa roleta
Navega em clave no meu tosco tom,
Caindo em nacos pela culatra preta.


Sais temperam o azul do sangue,
Cortes, facas, lisos decotes,
Líder deposto e sem gangue,
Cicatrizes de imprecisos chicotes!

Pálido redemoinho indecente,
Cachoeira de vícios e virtudes,
Lama de tédios ainda vigentes,
Crenças cruas... eternas atitudes!

Espelho

Miro 26.04.2009
Percebo tristezas que meu espelho cura
Um brilho de noite no próprio olhar
Meu cabelo em desalinho emoldura:
Angústias, saudades, dores, ansiedades!
O hálito seco prova o deserto entre nós.
Nem um oásis de esperança remota
O Sol nos olhos o sonho boicota
Nem um sinal além de areias e pós.
Nem um som a não ser o do coração
Que apressado inventa miragens tuas
Névoas evanescentes, embaçadas e nuas
Em desenhos rápidos na condensação.
Da ferrugem do espelho velho no banheiro
Saem Saaras, Atakamas, sertões nordestinos
Os mundos paralelos que nos nossos destinos
Convergem à metade, algo que me é inteiro.
Eu do lado de cá em paixão desmedida
Pondo brilhos de gel na minha solidão
Você do lado de lá em tua meia vida
Encaracolando lenta a tua depressão.
Da torneira um pingo d'água avisa o dia
Dos olhos uma lágrima cai sem medo
Os dois se encontram em meus dedos
E escorregam para o negro ralo da pia.
Despeço-me delas em um último cadê?
Escovo os dentes, cabelos penteados,
Enxugo a pasta nos lábios ressecados
E parto para mais um dia sem Você!

Missa de Sétimo Verso à uma Póstuma Paixão!

Miro, 23 de abril de 2009.

Hoje eu te mato dentro de mim,
como se um mato fosse,
uma erva daninha qualquer,
um vegetal inútil,
praga de bulbo profundo
uma semente ressecada,
que não deveria ter nascido,
um broto verde
que com minhas lágrimas
não deveria ter regado,
uma árvore que não dá frutos,
que não serve nem como lenha
muito menos como barco
para as profundas águas
onde afundas em minhas mágoas!

Hoje eu te tiro de dentro de mim,
porque és só um vírus em peste,
que não presta para mais nada
além de amargar a garganta,
de dilacerar-me internamente,
de corroer minhas vísceras,
acelerar minha bílis,
com a qual te alimento
e faço crescer
teu narcísico ego,
um monstro delicado,
que se espalha perfumado
pelas horas do meu dia,
em nuvens de horror
em uma sexta-feira treze.

Hoje eu te apago em mim,
já que és só fantasia,
neura na minha paranóia,
companheira pata em psicose
desenho abstrato
de minha esquizofrenia,
loucura branda
que me faz possesso,
desvio lúdico
que me tem limítrofe,
de onde não me sustento
em tuas camisas de força
apertadas e invisíveis
e que não me impedem
de te escrever em cortes.
Hoje eu te desconjuro em fé,
como uma crença maldita,
uma religião sem sentido,
uma idolatria ultrapassada
fujo de tuas bençãos inócuas,
de tua água benta de esgoto
de meu mau hálito divino,
um fosso cresce dentro do osso
que teus dentes corroem,
enquanto meu sangue vivo
coagula em algum despacho
numa encruzilhada deserta
onde continuo penitente
rezando, rezando, rezando...
pelo infinito funeral deste amor!
Hoje eu sou o cruel assassino
de tudo que criastes em mim:
tua falta de atenção e carinho
a mão única de nossa relação,
tuas frívolas escolhas virtuais,
as mensagens que não me dedicas,
os teclados que te hipnotizam,
tua turma trancada em fechos,
teus peludos bichos em tua renite,
a insanidade mágica
de teus valetes e reis,
teu altismo digital crônico,
a depressão que cultivas,
nela sufoco sonhos de requinte
em que nunca mereceu estar.
Hoje eu te dedico minha luta
meus socos e pontapés afiados,
a minha insônia por Você,
refazendo com ódio
todas as noites mal dormidas,
atiçando minha ira
no vazio de tua ausência,
chutando baldes de esterco,
quebrando paus e pedras
derrubando cercas e barracos,
pela falta de sincronismos
de nossas vontades transversas,
cuspo para cima o asco
de te ver feliz com outro
em noites e noites sem dormir.
Hoje sou suicida em meu amor,
corto meus pulsos latejantes
com a faca enferrujada e pronta
do teu não sei... mas que sabe!
nele componho um haraquiri lento,
que fere na ferida já aberta,
mato-me na diferença sutil
de tua guilhotina indiferença,
salto desta forca que força
em me fazer infeliz,
deixando a lâmina fria
de teu olhar carrasco
terminar com um só golpe
em plena ágora fervilhante
esta livre e póstuma paixão!

Homem Santo!

Miro 30.09.2009

A risada caiu solta
Incontida pelo inusitado
Cortou o ar como uma faca
Todos os olhares eram seus
O diácono parou a unção
Alguém balançou a cabeça
Ninguém lhe socorreu
No contraponto do pranto
E o divino representante
Repetiu sobre o caixão:
Recebe este homem santo...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

mi(K)rodiálogo pretensamente poético (parte 2)

- beijo na tua boca
- na tua
- tua sou
- nua?
- toda
(*)http://damaria.wordpress.com/2009/09/29/mikro-dialogo-pretensamente-poetico/
............................
Entrega
do todo
Esfrega
das partes
Arte!
Ou engodo?
...........................
tua vez...
https://www.blogger.com/comment.g?blogID=8665919105682460756&postID=4473609917144691778

- vem
- estou
- na boca(inteiro)
- eu quero
- te dou
............................
minha vez...

Desperta
A vontade
Aberta
A porta
Que importa
A verdade?

.............................
tua vez...

89 a 132 miKropoesias do Twitter

132 Flor de Lis: mulata, pefeita, tamanho 36, em sono tranquilo em cima de mim, no espelho do teto meu corpo acolhe e emoldura seu inocente nu.

131 Duas gerações numa canoa sem remo, um vôo cego sem teto: uma cocota apaixonou-se por um jovem emo, que sensível lhe correspondeu com afeto!

130 Odeio hemorragia de verbos de teleatendentes no meu ouvido: -O senhor se acalme, nos desculpe, vamos estar tentando achar o pedido perdido.

129 Quem muito diz na verdade, na verdade, parece que ela não pode sustentar! É que a verdade não precisa de si como palavra para se demonstrar.

128 Diálogo virtual entre uma réplica de um i-Phone e um sangue azul I-Pod: -Você não é legal, faz quase de tudo e com este preço só me fod...e

127 Detesto quem usa Você como primeira pessoa. Fala como se fosse meu uma coisa que é dele. Não sei se na fala: Você sou eu ou se Você é ele?

126 Almanaque de Farmácia: - Eu nunca te esqueci! - Foi difícil esquecer Você! Ele pensou em amor, ela no HPV!

125 Ao novo: percebo, penso, sinto, aplico e acomodo. Quando ele vira um cômodo imperceptível, escolho se colho ou ciclo até a virtude possível.

124 Especial Cora Coralina: um nome em rima, a luta constante desde menina, asa semente casual! Doces vendia! Comprou sua casa. Colheu poesias!

123 Quando criança era viciada em coca-cola, colocava sempre seus limites à prova. Moça provou cuba libre, depois absinto, coca, cola e... cova!

122 Gaúcha bela, coxas grossas, loira, seios fartos. Dormiu 3 dias com ela e o poodle até conseguir o sim e aí: -Bomba! Bomba! -Onde? Foi o fim!

121 Porque me segues no twitter? Tua fila há muito já andou! Não precisas de mim. Nosso tempo passou é só deletar-me e sem dó confirmar que sim!

120 Ela não tinha muita confiança em Si, sabia que podia pecar a qualquer momento, mas lidava bem com julgamentos e resolveu ser infiel em Mi...

119 Para o encontro perversificou-se com uma calcinha que tendia a zero debaixo da minissaia fatal, emoldurou assim seu "secreto" desejo sexual!

118 Antes de encontrar o príncipe, há sempre um arquétipo feminino maduro, que instiga algo na princesa, que assim sai do seu infantil casulo...

117 No ninho do ciúmes da Wendy e Sininho, Peter Pan vai às sereias, Gancho fica na areia, Miguel e João esquecidos e os meninos perdidos?

116 Ela explode gostosa em gomos e dobras na lycra da calça blue jeans. Minha intenção caça o movimento e só para vidrada no ir e vir sem fins!

115 Meninas perversas sem nexo tecem na balada suas teias. Meninos catados não se encontram após o sexo. Um santo jejua lendo histórias alheias.

114 No auge da loucura ela pediu para ficar de quatro. Atencioso atendeu com golpes de pilão bandido. Quando acabaram seu esperma estava moido.

113 O beijo entre barbas o fez coçar o queixo masculino. O pai queria outro destino. Ao lado duas bolachas sincronizavam seus velcros femininos.

112 Meia-noite, ela queria ir embora. Só mais esta taça! Você quer que meu K vire abóbora? É de graça! Vá lá, disse ela... boa noite cinderela!

111 Um encontro intenso e casual. Comeram-se até a mais íntima curiosidade. Esqueceram culpas e amarras, em visita livre à casa da insanidade.

110 Tinha um ar de princesa além dos brilhos de puta. Ainda sonhava com poesias, casamento de branco, uma família com filhos... filhos da luta!

109 Sabia que não iria morrer do cigarro! A noite, vento cortante, o pigarro. O maço vazio, a garganta coçou. Saiu comprar. Nunca mais voltou...

108 Deixei de pensar em ti, foi algo rápido, fugaz, um átimo de fuga e paz, longe da fantasia que te inventa, que a ti me liga em cola grudenta.

107 Circulo vicioso de desejos densos. Um sádico momento de pés e dentes. Uma cruel dentada em mamilos tensos e um chute no saco correspondente.

106 Meu amor tem outro amor. Também tenho outro amor... e se esses amores se acharem? E se eles se amarem? Todos felizes sem hipocrisia ou dor?!

105 É quase uma dor... no jogo entre gêneros... táticas de guerra... quem ganha é a Terra... com muito hormônio efêmero... e um tanto de amor...

104 1971 emissário de Ipanema. Todo céu a disposição, ele parecia pequeno de dentro do meu sleeping bag. Via de estrelas cobrindo-me de solidão!

103 Microcosmo virtual: Há na crônica da Maria. Num miniconto perverso. Feito à mão e as pressas. Anticárcere mental! mikropoesias.blogspot.com

102 Uma lágrima solitária saltou dos olhos percorrendo rápida a pele marcada pelo tempo... parou no canto da boca, salgando o adeus não dito...

101 Os olhos vermelhos diziam que a banda tinha sido para lá de Marrakech, a fome invencível secava a boca em deserto Mojave, uma rave in crash!

100 Chegou em casa roxo de tanto beijar o asfalto. Hematomas e mordidas. Na pele crua abertas feridas. A mãe aceitou a desculpa tola de assalto.

99 Como entender o imbrincado mundo feminino, cheio de contornos nas escolhas, decisões difíceis e complicadas: "um quase-nunca para sempre"?!

98 Damaria e sua crônica de escolha anacrônica: gerar vida do morto amado, deixar seus gametas congelados ou descartar o luto ainda semeado...

97 Fure a imaginação com a broca do descaso até uma incongruência mental, depois queime o aspirador da crítica que deixa em pó a idéia legal...

96 Sabedoria da nora:"A cada hora Deus melhora, o diabo piora e Você só tem o agora para escolher se chora, ora, escora, vai embora ou ancora".

95 Mistura estranha: chá da Inglaterra com pão adormecido em banha. O que a mantinha pura? A disposição incomum de seus trapos em alta costura!

94 Fome de Tibério em Arembepe: infantil crueldade? Era só uma bárbara vontade? Bizarra ou não? Bárbara é a escolha pela química castração...

93 A entidade chegou silenciosa em tempo de decisão: interferir ou não no drama do trio... é ético o livre arbítrio para alguém assim tão frio?

92 Com as pontas dos dedos gelados sinto tuas cochas quentes, ondas ouriçam teus pelos transparentes, sem equilíbrio surfo teu tesão inocente!

91 No vidro translúcido carreiras são feitas com um cartão: o bar divide-se entre a bola da tela e a casual janela: vitrine da branca prisão...

90 Crio motivos de briga, teço argumentos ácidos, respondo com perguntas e críticas até que uma lágrima desce. Depois, tudo entre nós acontece!

89 Tarde de chuva, úmida nos ossos, brincar no edredom, assar o vínculo, concha de uva, pérolas nos fossos, um sono com... recomeçar o círculo.