quarta-feira, 31 de março de 2010

Barro de Adão

Miro 17.03.2010

Marra de jogador de várzea
Birra de menina mimada
Gorro de gnomo verde
Ferro torto de velho cadeado

Terra de vaso quebrado
Garra de águia aposentada
Farra de boi proibida
Zorro em duelo de espada

Mirra de presépio guardado
Guerra de samurais invencíveis
Surra de travestis indignados
Morro de ventos incríveis

Serra de dentes afiados
Churros de óleo adormecido
Berro de surdo atormentado
Barra de mares enrraivecidos

Carro de faróis desregulados
Sarro de chefe arrogante
Forro de casaco não lavado
Urro de urso itinerante

Erro de filho único mimado
Porre de calouro de medicina
Porra de cavalo mal castrado
Curra de presidiário na oficina

Turras em galpão abandonado
Murro em faca de cirurgião
Burro de carga mal domado
Barro das sobras de Adão

FRÁGIL

Miro 17.03.2010

Frágil ego de porcelana chinesa
que se quebra a um toque do meu amor
corda tensa de antigo violino cigano
que não suporta sustenidos tons
embrenhas por próprias teias mal tecidas
pisando em ovos de pequenas rãs
choras um mundo de finos cristais
em gotas transparentes ao Sol de verão
pulsas em freqüências de graves sons
como ondas que nascem de submundo trem...

És pluma levada pelo o vento
espuma lavada em tormentos
és casca de noz ainda à deriva
uma pasta de nós em esquiva
atmosfera amarga e asmática
ferida hemofílica e estática...

Culpas-me pela força que ainda não tens
joga-me na cara tua debilidade infantil
arrasta tuas asas submetendo-se a minha posse
rende-se com o rabo entre as pernas e penas
esconde-se com medo na saia de tua mãe
tu sabes que nasceu e vives para não perder
o que é diferente de ser um real vencedor
e não entendes o equilíbrio impossível
que sustenta tua miséria corrente
e que jamais te deixará ser feliz...


És pluma levada em tormentos
espuma lavada pelo o vento
és casca de noz em esquiva
uma pasta de nós ainda à deriva
atmosfera amarga e estática
ferida hemofílica e asmática...

Julgo-te pela força que ainda não tens
jogo-te na cara tua debilidade pueril
como teu rabo entre pernas e penas
arranco-te de tua simbiótica mãe
colo os cacos de tua fina porcelana
estico a corda zíngara de teu violino
teço teias pelos teus caminhos
atropelo e bebo tua delicadeza
com a sutileza de meu submundo trem...

Mikropoesias no Twitter 224 a 299

299 Anúncio: "Cá se talha taras em tiras, entorna-se tédios em trovas, retira-se o tino das telhas e retoca-se a tez em tertúlias..."

298 Entre o lugar comum dos teus lábios em selos de obrigação e o giro de estrelas de tua língua no céu de minha boca, há um tempo de corrosão.

297 Livre é a força deste amor que frágil pretende-se a uma réstia do teu olhar...

296 Tua percursão bate, pulsa, prensa, pronta na ponta do coração.

295 O toque do anel de prata na taça vazia despertou-me do transe quase sutil. Olhei a cor dos lábios em vinho e beijei-os em instinto gentil...

294 Fantasmas exuberantes espalharam-se pelo sofá laranja levantando poeira, ácaros e fantasias, quando se foram deixaram manchas em nostalgia.

293 Lembrei-me de como a palha era enrolada pelos teus dedos finos, um trato final em saliva, depois era só olhar o Sol se pondo à deriva...

292 Andei em brasas pra te levar, passei por tuas armadilhas em cruz, voei com asas de morcego e cego tatuei em teu braço uma estrela sem luz...

291 Não vejo mais em teus olhos os mesmos brilhos, já não saímos mais dos nossos seguros e enferrujados trilhos, para onde foram nossos filhos?

290 Minha canalhice sagrada por santas e putas é disputada, já fui só santo, depois só canalha, hoje danço no fio desta idiota navalha!

289 Na rua de tua libido, escorreguei sem escoras, cravei minha espada entre paralelepipedos de tua vontade, abrindo brechas em pedras hostis!

288 Vira a página de teu caderno de memórias, onde me coloco como uma mania em decalque amarelado, enfeitando o velho de tuas páginas infantis!

287 Meu corpo divide-se em partes quando te vejo, a razão quer fugir, o coração quer ficar, os intintos... te agarrar, mas só... consigo sorrir!

286 Ante teu riso fácil de mulher esperta, meu sopro de virilidade transforma-se em vento que sacode lento as cortinas de tua janela aberta.

285 E quando a vontade chega arrebentando portas e trancas, rasgando saias e blusas, desnuda e louca como uma Lua em minguante construção?

284 Há muito mais que um tesouro escondido no murmúrio delicado de um feminino sim! Uma porta aberta para as possibilidades de uma noite sem fim

283 De bar em bar, de puta em puta, Lua após Lua, cheirando ventos e ventres, beijando bocas e bocas, monto Você como peças de um quebra-cabeça!

282 Virarei a noite em combustão, primeiro comemorando pequenas coisas como teu sorriso, depois teu beijo molhado, por fim o teu infinito tesão!

281 Em dia de completa monotonia, onde a rotina se fez dona, meus calos descansam sem dores e meu coração é um cinzento quase sem fim.

280 Sem algumas teclas de meu computador, componho com as letras disponíveis palavras impossíveis para escrever poesias ao meu amor!

279 Enquanto dormes sem almoço, sem namorado, sem coberta, viajo por pequenas lembranças de teu sorriso após um beijo úmido de loucas vontades!

278 Quando tuas pernas misturaram-se as minhas por debaixo da mesa, o cheiro da noite espalhou-se no ar como vinho em corte de uvas francesas.

277 Tornei-me um gari invisível ao seu olhar psicossocial e transparente no seu mundo virtual, com identidade secreta de super-herói decadente!

276 A escrita é um quadrado onde cultivo emoções incontidas com gotas de algum social controle...

275 Longe de teu tempo cênico, sigo tuas marcas quase apagadas em palcos antigos... a poeira na cortina rasgada é um sinal de algum final feliz?

274 Posso seguir teus dedos ágeis e frágeis medos, colar no irresistível de teu enredo; ou ainda afastar-me invisível, deixando tudo em segredo!

273 Quando Você chegou trouxe-me um verão de possibilidades, que na pele de minhas costas cansadas, criaram manchas temporárias e letais!

272 Teu twitter é um micro BBB, através dele expio e sei quase tudo de Você! Todas as semanas te dou meu anjo e recebo de volta um novo paredão.

271 Hiberno ao sentir teu cheiro de fêmea saciada, banho-me em teus suores enquanto sonho a tua presença para além destas camas alugadas!

270 Cansado de teu trenó bipolar, aqueço minha vontade em maçaricos de fogos fátuos, por debaixo de convenientes lençóis boreais...

269 Em linha reta com tua rotina, minha retina retém tuas linhas...

268 Caminhava como um ponto e vírgula carregando nas costas toda humanidade; as vezes com atitudes de anjo, outras com a mais pura maldade...

267 Não fosse o colar de pérolas negras no colo alvo logo acima do decote audaz, eu teria certeza de estar mergulhando em uma nuvem de paz!

266 Terra: um dia vou deixar de ser velho, também não serei mais menino, não terei gênero, não serei anjo e nem demônio, para sempre serei teu!

265 Ela botou os olhos nos meus sapatos, depois foi subindo devagar em sua prospecção feminina, só parou um pouco abaixo do couro da calça Lee.

264 Nada melhor do que caminhar pela Rua das Flores, colhendo com os olhos os pares de pétalas que explodem nos apertados e feminos jeans.

263 Vivia a vida em conta gotas de homeopático remédio, a cada quinze minutos pingava na garganta uma dose letal e diluída de seu nó em tédio...

262 Fez no chão uma estrela situando os pontos cardeais, depois entrou dentro dela e em alfa deixou-se levar pela leve presença do calor do dia!

261 Toda menina tem seus mistérios, segredos invioláveis, taras e identidades secretas, que abalam as estruturas de qualquer masculino poeta...

260 Ela chegou no bar insuflando meu olhar mais cruel, seu perfume espalhou e-mails florais pelas mesas, um misto de flor de laranjeira e mel...

259 Ela era pequena em seu salto 14 de acrílico transparente, um sorriso levemente picante, personalidade forte, ideal para dias mais quentes...

258 O maior mistério está na tua tara de boba, que finge orgasmo nos meus medos e não quer que eu trate outras lobas com maus dedos.

257 Qual a vantagem deste teu comportamento evasivo em eterna endoenças? Uma depressão aqui, uma compulsão ali e os remédios fortes sem doenças!

256 Quero tua íntima sabedoria feminina, tua doçura de menina, tua tara felina, teu andar de esquina, mesmo que tudo isto quebre a minha rima.

255 Como um piolho em cabelo rastafari, Você se divertiu em caps lock, embrenhando-se no imbricado dos meus sentimentos dreadlocks.

254 Meu encontro contigo foi como uma foda blasê, um papai-mamãe insosso, um inconsequente Você, digno de uma tatuagem escondida dentro do osso.

253 Como um ioiô vais e volta enrolando-se mais que pião, de diferente hoje eu vejo teus olhos vermelhos acendendo como leds na minha escuridão.

252 Não sei o que faço contigo: se te bajulo ou desprezo, te amo ou te leso? Talvez faça tudo isto junto para entender teu comportamento índigo.

251 Acordo com o mosto do ontem entre os dentes, abro os olho entre remelas e no vidro da janela picho o teu nome no embaçado desta fria manhã.

250 Entre as pernas um pequeno toque floral, bom equilíbrio na pele e harmonia de boca, seu beijo descia macio, redondo e com retrogosto agradável.

249 Entre as pernas um leve toque floral, corpo estruturado em harmonia, seu perlage desceu macio com retrogosto agradável que ficou por dias...

248 Na boca, aí de mim, ela era uma mistura de melão e jasmim, no amadeirado baton um cheiro de baunilha e menta: insólito Codorníu em botequim!

247 Seja bazinga como ninguém faria, mas seja também unagi, pois o momento é de pássaro poeta em muda... escreve, escreve, mas não pia...

246 Ao senho em ruga só um vinho que não sendo mais criança brinca com o palato num quebra cabeças em toques de framboesa, esperança e amora.

245 Arrasto minha imaginação com as asas quebradas pelo teu caps lock NÃO!

244 Prefiro o hERPes de algum lábio feminino, arriscando-me a tê-lo para sempre em tatuagem do que seguir o dia em tédio seco e sem miragens.

243 Entre informações em cubos e murmúrios de mantras virtuais, faço um upload de meus modelos mentais, planejando recursos empresariais (ERP).

242 Telhas quebradas pelo orvalho da manhã, uma janela antiga foge de mim, o cotidiano batente está cheio de cupins e eu a espera de tuas maçãs!

241 Meu dia asperge poesia como polens nas patas de insetos digitais, que se espalham pela web e são mortos pelos teus "flits s letais".

240 Se estou assim antes da cachaça, imagine a graça de quando chegar a hora de uma salineira tomar conta dos pontos de minha carteira ...

239 Não quero te ver todo dia. Não quero te ter toda hora. Não quero morar contigo. Só quero tua suave presença... agora!

238 Ao redor da liberdade crio algemas para romper os vínculos que por imperícia ainda considero perigosos!

237 Como cachorro com faminto tenho dois chefes laissez fair, um a minha própria consciência outro a da minha mulher...

236 Fui à janela do quarto para ver a vizinha do prédio ao lado, estava nua diante do revolver do seu namorado. Deitei-me no chão amedrontado...

235 Você pode estar pensando que eu deveria ter melhor coisa para fazer. Tenho sim! Por opção descarrego minha raiva de ti em um verso qualquer!

234 Circulo minhas emoções vadias entre uma velha paixão sem alforria e a alegria fingida do seu bom dia!?

233 Espremo tédio pela falta de razão do dia com a fúria de uma poesia que não será lida por ninguém, muito menos por quem me fez sentir assim.

232 Não há nada a temer além do próprio medo, não a nada a chorar além das lágrimas não derramadas, é só molhar de sorriso teus lábios contidos.

231 Um dia ainda passo a mão no meio de tuas cochas, atrevido, sem medo ou pudor, mas pela conveniência do por enquanto fico em platônico amor.

230 Penso naquele olhar maroto da aluna no final da sala que se repetiu no corredor como um adicional de periculosidade no salário de professor.

229 Preciso entender melhor teu modo de ser "sense girl", que critica meu tempero, elogia meu perfume e fica louca com meus vinhos de coleção...

228 Contigo eu só tenho a certeza de minha irritação, tua mesmice é um golpe constante abaixo da cintura, só não expludo para não te dar razão!

227 Sem noção mergulho no azul de teus olhos, nossas idades nos separam, nossos olhos nos conectam: os meus negros de noite, os teus dia de Sol!

226 Estava ali parado bem no meio de tuas avenidas esperando distraído o sinal abrir para qualquer lado... quando fui por ti... atropelado!

225 Há nas dobras do cotidiano pequenos dilemas de sentimentos que balançam os pensamentos entre o ruim que quase é e bom que é um vir a ser...

224 Entre teu instinto e meu impulso há um salto no escuro da vontade, um frio de quem perdeu horizonte, mas que mesmo assim quer ir em frente!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Óbvio Distante

Miro 24 de março de 2010


Quando o óbvio da paixão se põe distante
E os egos se unem nus sem nossas máscaras
A respiração acelera em uma ginástica síncrona
Que compõe o melódico em instintos repetidos.

E se o nosso acordo de carinhos segue adiante
Nossa pele em fogo se dilui por lençóis e taras
É quando o suor brilha nas sombras, rindo à tona
Por insanos pecados no superego absolvidos.

Segue minha língua o teu ventre amante
Com movimentos lentos de paciência rara
Por onde caminhas enquanto estou na lona
Ouvido entre tuas coxas tão sutis gemidos?

Depois de molhado em teu visgo viajante
Arrasto teu corpo mole em intenção clara
Meu catre de luxo em tua vermelha zona
Arrancando tesão em teu sexto sentido.

Em ti esqueço meu predestinado errante
E em tua casa fêmea meu ladino pára
Até que tua libido seja totalmente dona
De gozos infiéis em véus desprotegidos...

terça-feira, 23 de março de 2010

173 a 223 miKroPOESIAS no Twitter

223 Não existe erro, nem arrependimento, nem compaixão, só um grito ardido na garganta inflamada por tanto tempo perdido em discutir a relação.

222 Minhas unhas em garras querem os teus quadris, vou desenhar invisíveis cicatrizes dentro do teu ventre, tattoos tribais em risca de giz!

221 Havia um tempo em que eu era só uma carona em tuas Luas; hoje a mochila pesada em solidão me faz tartaruga à beira de tua empoeirada rua.

220 Quero molhar o oco de tuas fossas nasais com lágrimas marginais, um podre toco, por não teres dado valor melhor ao ar que crio ao teu redor.

219 Mísera dor que aperta e desperta o amor. Justa e espontânea cor que trava meus olhos em suor. Vísceras abertas no instantâneo do teu vapor.

218 Rasgo a crase, a carne em doses, risco dor em traços: dura é a hora de viver pedaços, de queimar os livros ao ser escravo do que sou agora.

217 Tantos defeitos, cortes vazios, frases indispostas, nó nas narinas, um velho porto de tantas partidas: pedra em calvário de âncoras e vidas.

216 Lógica inexata, timbre da música, física do inexato, mágico e edílico, cílios em olhos pálidos, dádiva do empecilho, cone de minhas dúvidas.

215 Veneno vazas. Versos vivos. Vaidade vesga. Velha vida. Vira-voltas. Viagens. Vômito. Vórtice. Verdades vazias. Vermes, vacas, viagra e Você!

214 Olho, molho, colho, escolho, velho, espelho, vermelho, relho, milho, filho, ladrilho, trilho, alho, talho, c@ralho, malho, armadilha pulha!

213 Faro, raro insenso. Tenso, lento inverno. Torno, morno interno. Maço, traço empresto. Manso, ranso intenso. Guiso, liso eterno, te detesto!

212 Vago amor que escorre em rimas, em fluxos de luzes que transformam flores secas em botões e porões em jardins de estimas.

211 Mineração de êxtase no carvão da noite trouxe-me um diamante bruto, sem jaça, que no lençol público e poido transformou-se em poética traça.

210 Sou capaz de viajar sem teus remédios, de curar-me no tédio de teu ritos virtuais, beber tua falta de ar e secar-me em tuas lágrimas iguais!

209 Azulejei teus cachos na parede da memória, um modo nada real de dizer que estás escondida por uma nova decoração em minha velha cara de pau.

208 Para te conquistar treinei minha neuro-lingüística programação, depois ancorei palavras para me afastar de ti em tensões e intenções em vão!

207 Fujo através da poesia de qualquer realidade mais fria, seja um dia de rotina, um texto burocrático e a falta de teu autêntico bom dia!

206 Paralisa-me sentir emocionalmente incompetente, não sei lidar com esta burrice emocional que me faz sentir infantil, banal e dependente.

205 Por ti percorri 7 ebós liberando sapos, caminhei apagando velas por encruzilhadas e cruzeiros, até cair exausto sem meu anímico Exu!

204 Caminho como um cego entre cactos, cada palavra tua é um espinho em minha autoestima esmigalhada pela quebra insensível de nosso pacto...

203 Ela fingiu orgasmo. Fingi que não percebi. Ela fingiu que não sabia meu saber do fingimento e assim fingimos juntos na mais plena sintonia!

202 A barba rala de tantos nãos, as cãs suadas por caninos bens e na barriga solta a certeza de que não há volta depois dos sem... 100?

201 Tocar teu longe-perto feminino, em signos e sonhos mergulhar, entender a ambiguidade de teu destino: o que mais preciso para em ti chegar?

200 Cro-magno nos instintos te arrasto pelos cabelos molhados cheirando a shampoos e sais até a gruta dos meus mais loucos devaneios matinais...

199 Quero tua pétala mais íntima, aquela que tocas quando suando pensas em mim extraindo teu nectar como um pássaro leve pausado em teu ar...

198 Partes como fogo, afogando-me em rio de lavas, onde cavas meu jejum com golpes em minha cara, criando agora sem depois, dois no lugar do um!

197 Não vou contar nada para ninguém, esquecerei minha pele em memória e por bem, viverei o evanescer de tua lânguida lambida em minha história.

196 Teu belo namorado emoldura tua rara imagem, sou capaz de amar os dois, primeiro ele em amor platônico... você depois... em tesão selvagem!

195 Marco as datas de minha depressão: nosso encontro e separação, todas as brigas que não tivemos e a pior de todas, nossa falsa reconciliação!

194 Cicatriz no queixo: marca de algum patins? Cesária no ventre: porta de vida do filho! Piersing na tua língua: um beijo com gosto de trilho.

193 Acelero minha vontade derrapando no leite dos teus seios, capoto em tuas curvas fechadas sem freios e quebro a cara em teu parabrisa alheio.

192 Só quero ser teu amante, nem marido ou namorado, sem promessas, só amante, sem futuro ou passado, um instante presente em teu corpo errante!

191 Sou sombra em teus passos, só existo em ti quando há alguma luz, morro se tu te escondes do Sol e retorno quando em medo acendes o abajur.

190 Uma agulha de seringa esquecida na janela. Marca de território? Um esquecimento dela que vaza o secreto? Ou só um sinal notório, indiscreto!

189 Ela vinha de uvas e vinhos em taças de cristais finos, trazia nos lábios a cor lasciva de Baco e na boca aquele tântrico gosto de taninos!

188 Um filme de Gabriel Garcia Marquez, uma poesia triste que só se realiza no fim. Uma projeção em cólera: um inesperado Você perto de mim...

187 Não quero mais ser teu demônio, de uso restrito, escondido ferido no oitavo subsolo de tua louca intenção...

186 Quando acho que estou curado, tratado em minha tara, sinto na cara teu jogo marcado: uma espinha rara que espremo com dedos enferrujados!

185 Meu passaporte entre a terra e o teu impossível sim é esperar que teu "in" se transforme em "out" e esta história tenha começo, meio e fim!

184 Perco o sono, o horário, a lição. Devaneio em tua foto, saio de moto, vôo em tesão. Respiro neuras, nóias e projeção. Sou um nú em solidão!

183 Ela tinha um gosto de usado, que beirava as más intenções! Atracou meus lábios como um porto seguro: uma maruja cansada de marés e dores!

182 Quero Você até a última gota, seja ela um depósito de cristais, de sangue ou cachaça, saliva ou lágrima, um All-In em teus quadris de Ais!

181 Silêncio: uma pausa no moto contínuo dos sons, harmônico infinito, sem tempo e sem tons!

180 Poesia é um penteado novo nos cabelos das palavras, é um espelho que se completa no outro, é expressão do dentro e acima: um brinco em rima!

179 Metamorfose: Vórtice Vertigem Mórbido Cochilo Álibi In vitro Ímpeto Infinito Trágico Despir-se Cômico Casulo...

178 Nano poesia: E se no fundo do poço do amor estiver a luz do fim do túnel da dor?

177 Fio de machado. Escova de aço. Dor de cansaço. Olhos inchados. Sol decadente. Meio sem jeito. Quero teu leito. Incandescente!

176 2 Patricinhas de igual intensidade, atuando em sentido contrário pelo mesmo ser amado, anulam-se ou criam um Movimento Curvo Desordenado?

175 Impossível não olhar os brilhos límitrofes ao regular em intenção quase visível . Em sua boca todos os dentes de loba mordiam-me na jugular.

174 Tira atira sem mira em vampira traíra. Caipira toma caipira, pira e vira curupira. Classificados: Cá se tira tiras de mentiras.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ménage à Trois

Miro 17.03.2010

Eclipse cúmplice
Cápsula psíquica
Elipse tríplice
Colapso plástico...
Eclipse psíquico
Cápsula tríplice
Elipse plástica
Colapso cúmplice...
Eclipse tríplice
Cápsula plástica
Elipse cúmplice
Colapso psíquico...
Eclipse plástico
Cápsula cúmplice
Elipse psíquica
Colapso tríplice...

sábado, 6 de março de 2010

Anjo Caído

Miro 6 de março de 2010

Não quero mais
Ser teu anjo caído
De asas e dentes
E bolsos quebrados
Guardado imóvel
Num baú de saudades...

Sem rosa dos ventos
Sem vento nas velas
Sem gozo nos dentes
Sem hora nas ventas!

Não quero mais
Ser teu demônio
De uso restrito
Escondido ferido
No oitavo subsolo
De tua louca intenção...

Sem sombra de garras
Sem dramas nas unhas
Sem barras de fogo
Sem jogo nas camas!

Quase quando!

Miro 6.3.2010

Quando estragar para sempre o nosso quase?
Ficar sempre sem nada com o osso quase nu!
Ter tudo do quando, se só o nunca está pronto.
Ter um quase futuro sempre sem um passado!
Ou um passado de quando o quase foi nosso?
Como que presos ao sempre de um quase:
Quando quase fomos eternos timbres de blues;
Quase quando viramos Sol em secas sementes;
Quando quase criamos o Sul no céu dos pecados...
Mas quase sempre ficávamos tontos no quase,
Foi quando o quase de nós... em sempre nos apareceu!

Mas quando em gomos nos partimos em fase!
E explodimos cômodos tantas camas de ar.
Nos trocos das trincas em bolas de sabão.
No tesão disperso em gotículas trágicas,
Para tingir a vida com o mau do sagrado
Do que ainda era torto no bem quase comum!
E assim o "quando?" tornou um quase impune...
O quase dos teus olhos virando um quando na cara!
E o quase do tempo desapareceu no quando de nós;
Quando o quase de nós estava pronto prá sempre
Foi quando o sempre de nós, em quase... desapareceu!