quarta-feira, 31 de março de 2010

Mikropoesias no Twitter 224 a 299

299 Anúncio: "Cá se talha taras em tiras, entorna-se tédios em trovas, retira-se o tino das telhas e retoca-se a tez em tertúlias..."

298 Entre o lugar comum dos teus lábios em selos de obrigação e o giro de estrelas de tua língua no céu de minha boca, há um tempo de corrosão.

297 Livre é a força deste amor que frágil pretende-se a uma réstia do teu olhar...

296 Tua percursão bate, pulsa, prensa, pronta na ponta do coração.

295 O toque do anel de prata na taça vazia despertou-me do transe quase sutil. Olhei a cor dos lábios em vinho e beijei-os em instinto gentil...

294 Fantasmas exuberantes espalharam-se pelo sofá laranja levantando poeira, ácaros e fantasias, quando se foram deixaram manchas em nostalgia.

293 Lembrei-me de como a palha era enrolada pelos teus dedos finos, um trato final em saliva, depois era só olhar o Sol se pondo à deriva...

292 Andei em brasas pra te levar, passei por tuas armadilhas em cruz, voei com asas de morcego e cego tatuei em teu braço uma estrela sem luz...

291 Não vejo mais em teus olhos os mesmos brilhos, já não saímos mais dos nossos seguros e enferrujados trilhos, para onde foram nossos filhos?

290 Minha canalhice sagrada por santas e putas é disputada, já fui só santo, depois só canalha, hoje danço no fio desta idiota navalha!

289 Na rua de tua libido, escorreguei sem escoras, cravei minha espada entre paralelepipedos de tua vontade, abrindo brechas em pedras hostis!

288 Vira a página de teu caderno de memórias, onde me coloco como uma mania em decalque amarelado, enfeitando o velho de tuas páginas infantis!

287 Meu corpo divide-se em partes quando te vejo, a razão quer fugir, o coração quer ficar, os intintos... te agarrar, mas só... consigo sorrir!

286 Ante teu riso fácil de mulher esperta, meu sopro de virilidade transforma-se em vento que sacode lento as cortinas de tua janela aberta.

285 E quando a vontade chega arrebentando portas e trancas, rasgando saias e blusas, desnuda e louca como uma Lua em minguante construção?

284 Há muito mais que um tesouro escondido no murmúrio delicado de um feminino sim! Uma porta aberta para as possibilidades de uma noite sem fim

283 De bar em bar, de puta em puta, Lua após Lua, cheirando ventos e ventres, beijando bocas e bocas, monto Você como peças de um quebra-cabeça!

282 Virarei a noite em combustão, primeiro comemorando pequenas coisas como teu sorriso, depois teu beijo molhado, por fim o teu infinito tesão!

281 Em dia de completa monotonia, onde a rotina se fez dona, meus calos descansam sem dores e meu coração é um cinzento quase sem fim.

280 Sem algumas teclas de meu computador, componho com as letras disponíveis palavras impossíveis para escrever poesias ao meu amor!

279 Enquanto dormes sem almoço, sem namorado, sem coberta, viajo por pequenas lembranças de teu sorriso após um beijo úmido de loucas vontades!

278 Quando tuas pernas misturaram-se as minhas por debaixo da mesa, o cheiro da noite espalhou-se no ar como vinho em corte de uvas francesas.

277 Tornei-me um gari invisível ao seu olhar psicossocial e transparente no seu mundo virtual, com identidade secreta de super-herói decadente!

276 A escrita é um quadrado onde cultivo emoções incontidas com gotas de algum social controle...

275 Longe de teu tempo cênico, sigo tuas marcas quase apagadas em palcos antigos... a poeira na cortina rasgada é um sinal de algum final feliz?

274 Posso seguir teus dedos ágeis e frágeis medos, colar no irresistível de teu enredo; ou ainda afastar-me invisível, deixando tudo em segredo!

273 Quando Você chegou trouxe-me um verão de possibilidades, que na pele de minhas costas cansadas, criaram manchas temporárias e letais!

272 Teu twitter é um micro BBB, através dele expio e sei quase tudo de Você! Todas as semanas te dou meu anjo e recebo de volta um novo paredão.

271 Hiberno ao sentir teu cheiro de fêmea saciada, banho-me em teus suores enquanto sonho a tua presença para além destas camas alugadas!

270 Cansado de teu trenó bipolar, aqueço minha vontade em maçaricos de fogos fátuos, por debaixo de convenientes lençóis boreais...

269 Em linha reta com tua rotina, minha retina retém tuas linhas...

268 Caminhava como um ponto e vírgula carregando nas costas toda humanidade; as vezes com atitudes de anjo, outras com a mais pura maldade...

267 Não fosse o colar de pérolas negras no colo alvo logo acima do decote audaz, eu teria certeza de estar mergulhando em uma nuvem de paz!

266 Terra: um dia vou deixar de ser velho, também não serei mais menino, não terei gênero, não serei anjo e nem demônio, para sempre serei teu!

265 Ela botou os olhos nos meus sapatos, depois foi subindo devagar em sua prospecção feminina, só parou um pouco abaixo do couro da calça Lee.

264 Nada melhor do que caminhar pela Rua das Flores, colhendo com os olhos os pares de pétalas que explodem nos apertados e feminos jeans.

263 Vivia a vida em conta gotas de homeopático remédio, a cada quinze minutos pingava na garganta uma dose letal e diluída de seu nó em tédio...

262 Fez no chão uma estrela situando os pontos cardeais, depois entrou dentro dela e em alfa deixou-se levar pela leve presença do calor do dia!

261 Toda menina tem seus mistérios, segredos invioláveis, taras e identidades secretas, que abalam as estruturas de qualquer masculino poeta...

260 Ela chegou no bar insuflando meu olhar mais cruel, seu perfume espalhou e-mails florais pelas mesas, um misto de flor de laranjeira e mel...

259 Ela era pequena em seu salto 14 de acrílico transparente, um sorriso levemente picante, personalidade forte, ideal para dias mais quentes...

258 O maior mistério está na tua tara de boba, que finge orgasmo nos meus medos e não quer que eu trate outras lobas com maus dedos.

257 Qual a vantagem deste teu comportamento evasivo em eterna endoenças? Uma depressão aqui, uma compulsão ali e os remédios fortes sem doenças!

256 Quero tua íntima sabedoria feminina, tua doçura de menina, tua tara felina, teu andar de esquina, mesmo que tudo isto quebre a minha rima.

255 Como um piolho em cabelo rastafari, Você se divertiu em caps lock, embrenhando-se no imbricado dos meus sentimentos dreadlocks.

254 Meu encontro contigo foi como uma foda blasê, um papai-mamãe insosso, um inconsequente Você, digno de uma tatuagem escondida dentro do osso.

253 Como um ioiô vais e volta enrolando-se mais que pião, de diferente hoje eu vejo teus olhos vermelhos acendendo como leds na minha escuridão.

252 Não sei o que faço contigo: se te bajulo ou desprezo, te amo ou te leso? Talvez faça tudo isto junto para entender teu comportamento índigo.

251 Acordo com o mosto do ontem entre os dentes, abro os olho entre remelas e no vidro da janela picho o teu nome no embaçado desta fria manhã.

250 Entre as pernas um pequeno toque floral, bom equilíbrio na pele e harmonia de boca, seu beijo descia macio, redondo e com retrogosto agradável.

249 Entre as pernas um leve toque floral, corpo estruturado em harmonia, seu perlage desceu macio com retrogosto agradável que ficou por dias...

248 Na boca, aí de mim, ela era uma mistura de melão e jasmim, no amadeirado baton um cheiro de baunilha e menta: insólito Codorníu em botequim!

247 Seja bazinga como ninguém faria, mas seja também unagi, pois o momento é de pássaro poeta em muda... escreve, escreve, mas não pia...

246 Ao senho em ruga só um vinho que não sendo mais criança brinca com o palato num quebra cabeças em toques de framboesa, esperança e amora.

245 Arrasto minha imaginação com as asas quebradas pelo teu caps lock NÃO!

244 Prefiro o hERPes de algum lábio feminino, arriscando-me a tê-lo para sempre em tatuagem do que seguir o dia em tédio seco e sem miragens.

243 Entre informações em cubos e murmúrios de mantras virtuais, faço um upload de meus modelos mentais, planejando recursos empresariais (ERP).

242 Telhas quebradas pelo orvalho da manhã, uma janela antiga foge de mim, o cotidiano batente está cheio de cupins e eu a espera de tuas maçãs!

241 Meu dia asperge poesia como polens nas patas de insetos digitais, que se espalham pela web e são mortos pelos teus "flits s letais".

240 Se estou assim antes da cachaça, imagine a graça de quando chegar a hora de uma salineira tomar conta dos pontos de minha carteira ...

239 Não quero te ver todo dia. Não quero te ter toda hora. Não quero morar contigo. Só quero tua suave presença... agora!

238 Ao redor da liberdade crio algemas para romper os vínculos que por imperícia ainda considero perigosos!

237 Como cachorro com faminto tenho dois chefes laissez fair, um a minha própria consciência outro a da minha mulher...

236 Fui à janela do quarto para ver a vizinha do prédio ao lado, estava nua diante do revolver do seu namorado. Deitei-me no chão amedrontado...

235 Você pode estar pensando que eu deveria ter melhor coisa para fazer. Tenho sim! Por opção descarrego minha raiva de ti em um verso qualquer!

234 Circulo minhas emoções vadias entre uma velha paixão sem alforria e a alegria fingida do seu bom dia!?

233 Espremo tédio pela falta de razão do dia com a fúria de uma poesia que não será lida por ninguém, muito menos por quem me fez sentir assim.

232 Não há nada a temer além do próprio medo, não a nada a chorar além das lágrimas não derramadas, é só molhar de sorriso teus lábios contidos.

231 Um dia ainda passo a mão no meio de tuas cochas, atrevido, sem medo ou pudor, mas pela conveniência do por enquanto fico em platônico amor.

230 Penso naquele olhar maroto da aluna no final da sala que se repetiu no corredor como um adicional de periculosidade no salário de professor.

229 Preciso entender melhor teu modo de ser "sense girl", que critica meu tempero, elogia meu perfume e fica louca com meus vinhos de coleção...

228 Contigo eu só tenho a certeza de minha irritação, tua mesmice é um golpe constante abaixo da cintura, só não expludo para não te dar razão!

227 Sem noção mergulho no azul de teus olhos, nossas idades nos separam, nossos olhos nos conectam: os meus negros de noite, os teus dia de Sol!

226 Estava ali parado bem no meio de tuas avenidas esperando distraído o sinal abrir para qualquer lado... quando fui por ti... atropelado!

225 Há nas dobras do cotidiano pequenos dilemas de sentimentos que balançam os pensamentos entre o ruim que quase é e bom que é um vir a ser...

224 Entre teu instinto e meu impulso há um salto no escuro da vontade, um frio de quem perdeu horizonte, mas que mesmo assim quer ir em frente!

Nenhum comentário: