terça-feira, 30 de abril de 2013

Guerra dos Anjos

Miro 30.04.2013

Uma besta em círculos viciosos
Gira decifrando o rabo do cometa
Um furacão gigante de argumentos
Caça em Saturno alguma escolha!

A Lua explode em si de tão cheia
Secando as marés mentais do Sol
Velhos vulcões em sono bêbado
Vomitam seus mitos e virtudes…

Marte entra na guerra suja dos anjos
E sem qualquer exército de mendigos
Inunda de paz o quartel dos asteróides...

Cronos escala os ponteiros enferrujados
Domando o pêndulo das incertezas vis
Num vai e vem de órbitas contra o fim!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

a vera Cruz

Miro 26.04.2013


Raro faro
de Éros
que compõe
cacos
ausentes
no ventre
em Zoom.

Sem o sal
da Terra!
O nunca
em pó,
é magia
para voar
em Um.

Uma chama
chama
nos pelos
da solidão… 
sussurra
cios
em Degredo!

Sob o riso
fácil
dos súcubos,
um lençol
de vazios
cobre
o Segredo.

Lá os sinos
dobram-se
entre nuas
dobras,
num ágil
monólogo
de Dedos!

Cá a espada
invisível 
da corte
quebra-se
em jato livre
de branca
Luz!

Ilógicos
paralelos atos, 
síncronos
e sem donos 
criando 
juntos…  
a vera Cruz!





domingo, 21 de abril de 2013

Dosagem da Pena


Miro 21.04.2013

Quando o castigo vem
bem maior que a falta
a dosagem desta pena
fica injusta também!

Se não for questionado
o tamanho desta carga
pode virar referência
ou reciclar o pecado...

Cria-se assim um apoio
que justifica outro erro
na ação complementar...

Acaba produzindo atrito
que emperra a escolha
de limite saudável criar!

sábado, 20 de abril de 2013

Silencioso nada


Miro 20.04.2013

Miserável e silencioso nada
Que toma conta do sangue
Zumbindo no ouvido seco
A espera de um som afetivo

Ninho deserto de carinhos
Onde me aqueço nas penas
Que arranco em passatempo
Em tosca auto-comiseração

O som do engolir em seco
Enche minha boca de fel
Amarga a garganta moída
Esturricada por não gritar

Da liberdade vem o castigo
Que paralisa minha escolha
Criando a surdez do agora
No lugar da canção amanhã

Recolho do caos sustenido
Um turbilhão de mil vozes
Que nutrem o vazio mental
Como se fossem teus sons

E nesta ausência planejada
O horror de ficar sozinho
Cria no que resta de vida
Um adágio adeus às ilusões

terça-feira, 16 de abril de 2013

CICLO MOTO


Miro 16.04.2013


hora do asfalto,
de colocar o velho elmo nas têmporas,
varrer o mundo em duas rodas,
sentir a chuva no íntimo…
que ainda está preservado…


hora do vento nas fuças, 
do ar queimando o peito angustiado, 
feito faca de açougueiro 
buscando o melhor pedaço 
do espaço não liberado… 


hora do equilíbrio ao rés do chão,
lambendo a ferrugem dos guard-rails,
como uma vida sem passado
na imagem difusa
dos retrovisores nublados…

hora de empinar na reta,
que por quilômetros não me leva a nada,
mas que me afasta dos medos mofados,
e me dá coragem para viver…
sem qualquer significado!

E se…

Miro 14.04.2013

E se…
o inferno for feito
da dor do arrependimento
do que se quis
e não se fez?

E se…
o paraíso for feito
de uma infinita piedade
que inclui a todos,
inclusive…  Vocês?

E se…
eles não existirem
e o agora for Rei
bem em cima das incertezas
e por de baixo dos porquês?

E se…
eles forem ligados
acontecerem juntos
como o certo e o errado
em misturados clichês?  

A vezes acho…

Miro 14.04.2013

As vezes acho que a chance de ser feliz:
não está nos detalhes,
nem mesmo na sorte,
ou se é uma questão da vida ou para depois da morte…

As vezes acho que um modo de ser feliz
é não julgar por mim,
nem me deixar levar
pelo que os outros irão de mim falar… ou pensar!

As vezes acho que tudo é pouco para a felicidade,
que a Deus isto cabe,
pois só Quem tudo criou
pode montar um caminho… que quase ninguém sabe?

Outras vezes acho que felicidade é quase um nada,
um esbarrar na Verdade,
um brilho no olhar esperado,
uma única lágrima sincera… derramando de saudade!

Quase sempre na minha procura, eu dela... não acho nada
talvez por ela seja cego
será que ela está ao lado
em tudo que por presunção… eu simplesmente nego?

sexta-feira, 5 de abril de 2013

É


Miro Las Vegas 5.4.2013

Penso na vida
como um acolá...
algo que se pariu
e não voltará!

Penso no tempo
como um longo lá...
algo que se quis
e jamais se terá!

Penso em mim
sem o verbo ser
algum teu haverá?

Penso em Você
como um é
no entre foi e será...