sábado, 20 de abril de 2013

Silencioso nada


Miro 20.04.2013

Miserável e silencioso nada
Que toma conta do sangue
Zumbindo no ouvido seco
A espera de um som afetivo

Ninho deserto de carinhos
Onde me aqueço nas penas
Que arranco em passatempo
Em tosca auto-comiseração

O som do engolir em seco
Enche minha boca de fel
Amarga a garganta moída
Esturricada por não gritar

Da liberdade vem o castigo
Que paralisa minha escolha
Criando a surdez do agora
No lugar da canção amanhã

Recolho do caos sustenido
Um turbilhão de mil vozes
Que nutrem o vazio mental
Como se fossem teus sons

E nesta ausência planejada
O horror de ficar sozinho
Cria no que resta de vida
Um adágio adeus às ilusões

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