terça-feira, 16 de abril de 2013

CICLO MOTO


Miro 16.04.2013


hora do asfalto,
de colocar o velho elmo nas têmporas,
varrer o mundo em duas rodas,
sentir a chuva no íntimo…
que ainda está preservado…


hora do vento nas fuças, 
do ar queimando o peito angustiado, 
feito faca de açougueiro 
buscando o melhor pedaço 
do espaço não liberado… 


hora do equilíbrio ao rés do chão,
lambendo a ferrugem dos guard-rails,
como uma vida sem passado
na imagem difusa
dos retrovisores nublados…

hora de empinar na reta,
que por quilômetros não me leva a nada,
mas que me afasta dos medos mofados,
e me dá coragem para viver…
sem qualquer significado!

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