terça-feira, 23 de março de 2010

173 a 223 miKroPOESIAS no Twitter

223 Não existe erro, nem arrependimento, nem compaixão, só um grito ardido na garganta inflamada por tanto tempo perdido em discutir a relação.

222 Minhas unhas em garras querem os teus quadris, vou desenhar invisíveis cicatrizes dentro do teu ventre, tattoos tribais em risca de giz!

221 Havia um tempo em que eu era só uma carona em tuas Luas; hoje a mochila pesada em solidão me faz tartaruga à beira de tua empoeirada rua.

220 Quero molhar o oco de tuas fossas nasais com lágrimas marginais, um podre toco, por não teres dado valor melhor ao ar que crio ao teu redor.

219 Mísera dor que aperta e desperta o amor. Justa e espontânea cor que trava meus olhos em suor. Vísceras abertas no instantâneo do teu vapor.

218 Rasgo a crase, a carne em doses, risco dor em traços: dura é a hora de viver pedaços, de queimar os livros ao ser escravo do que sou agora.

217 Tantos defeitos, cortes vazios, frases indispostas, nó nas narinas, um velho porto de tantas partidas: pedra em calvário de âncoras e vidas.

216 Lógica inexata, timbre da música, física do inexato, mágico e edílico, cílios em olhos pálidos, dádiva do empecilho, cone de minhas dúvidas.

215 Veneno vazas. Versos vivos. Vaidade vesga. Velha vida. Vira-voltas. Viagens. Vômito. Vórtice. Verdades vazias. Vermes, vacas, viagra e Você!

214 Olho, molho, colho, escolho, velho, espelho, vermelho, relho, milho, filho, ladrilho, trilho, alho, talho, c@ralho, malho, armadilha pulha!

213 Faro, raro insenso. Tenso, lento inverno. Torno, morno interno. Maço, traço empresto. Manso, ranso intenso. Guiso, liso eterno, te detesto!

212 Vago amor que escorre em rimas, em fluxos de luzes que transformam flores secas em botões e porões em jardins de estimas.

211 Mineração de êxtase no carvão da noite trouxe-me um diamante bruto, sem jaça, que no lençol público e poido transformou-se em poética traça.

210 Sou capaz de viajar sem teus remédios, de curar-me no tédio de teu ritos virtuais, beber tua falta de ar e secar-me em tuas lágrimas iguais!

209 Azulejei teus cachos na parede da memória, um modo nada real de dizer que estás escondida por uma nova decoração em minha velha cara de pau.

208 Para te conquistar treinei minha neuro-lingüística programação, depois ancorei palavras para me afastar de ti em tensões e intenções em vão!

207 Fujo através da poesia de qualquer realidade mais fria, seja um dia de rotina, um texto burocrático e a falta de teu autêntico bom dia!

206 Paralisa-me sentir emocionalmente incompetente, não sei lidar com esta burrice emocional que me faz sentir infantil, banal e dependente.

205 Por ti percorri 7 ebós liberando sapos, caminhei apagando velas por encruzilhadas e cruzeiros, até cair exausto sem meu anímico Exu!

204 Caminho como um cego entre cactos, cada palavra tua é um espinho em minha autoestima esmigalhada pela quebra insensível de nosso pacto...

203 Ela fingiu orgasmo. Fingi que não percebi. Ela fingiu que não sabia meu saber do fingimento e assim fingimos juntos na mais plena sintonia!

202 A barba rala de tantos nãos, as cãs suadas por caninos bens e na barriga solta a certeza de que não há volta depois dos sem... 100?

201 Tocar teu longe-perto feminino, em signos e sonhos mergulhar, entender a ambiguidade de teu destino: o que mais preciso para em ti chegar?

200 Cro-magno nos instintos te arrasto pelos cabelos molhados cheirando a shampoos e sais até a gruta dos meus mais loucos devaneios matinais...

199 Quero tua pétala mais íntima, aquela que tocas quando suando pensas em mim extraindo teu nectar como um pássaro leve pausado em teu ar...

198 Partes como fogo, afogando-me em rio de lavas, onde cavas meu jejum com golpes em minha cara, criando agora sem depois, dois no lugar do um!

197 Não vou contar nada para ninguém, esquecerei minha pele em memória e por bem, viverei o evanescer de tua lânguida lambida em minha história.

196 Teu belo namorado emoldura tua rara imagem, sou capaz de amar os dois, primeiro ele em amor platônico... você depois... em tesão selvagem!

195 Marco as datas de minha depressão: nosso encontro e separação, todas as brigas que não tivemos e a pior de todas, nossa falsa reconciliação!

194 Cicatriz no queixo: marca de algum patins? Cesária no ventre: porta de vida do filho! Piersing na tua língua: um beijo com gosto de trilho.

193 Acelero minha vontade derrapando no leite dos teus seios, capoto em tuas curvas fechadas sem freios e quebro a cara em teu parabrisa alheio.

192 Só quero ser teu amante, nem marido ou namorado, sem promessas, só amante, sem futuro ou passado, um instante presente em teu corpo errante!

191 Sou sombra em teus passos, só existo em ti quando há alguma luz, morro se tu te escondes do Sol e retorno quando em medo acendes o abajur.

190 Uma agulha de seringa esquecida na janela. Marca de território? Um esquecimento dela que vaza o secreto? Ou só um sinal notório, indiscreto!

189 Ela vinha de uvas e vinhos em taças de cristais finos, trazia nos lábios a cor lasciva de Baco e na boca aquele tântrico gosto de taninos!

188 Um filme de Gabriel Garcia Marquez, uma poesia triste que só se realiza no fim. Uma projeção em cólera: um inesperado Você perto de mim...

187 Não quero mais ser teu demônio, de uso restrito, escondido ferido no oitavo subsolo de tua louca intenção...

186 Quando acho que estou curado, tratado em minha tara, sinto na cara teu jogo marcado: uma espinha rara que espremo com dedos enferrujados!

185 Meu passaporte entre a terra e o teu impossível sim é esperar que teu "in" se transforme em "out" e esta história tenha começo, meio e fim!

184 Perco o sono, o horário, a lição. Devaneio em tua foto, saio de moto, vôo em tesão. Respiro neuras, nóias e projeção. Sou um nú em solidão!

183 Ela tinha um gosto de usado, que beirava as más intenções! Atracou meus lábios como um porto seguro: uma maruja cansada de marés e dores!

182 Quero Você até a última gota, seja ela um depósito de cristais, de sangue ou cachaça, saliva ou lágrima, um All-In em teus quadris de Ais!

181 Silêncio: uma pausa no moto contínuo dos sons, harmônico infinito, sem tempo e sem tons!

180 Poesia é um penteado novo nos cabelos das palavras, é um espelho que se completa no outro, é expressão do dentro e acima: um brinco em rima!

179 Metamorfose: Vórtice Vertigem Mórbido Cochilo Álibi In vitro Ímpeto Infinito Trágico Despir-se Cômico Casulo...

178 Nano poesia: E se no fundo do poço do amor estiver a luz do fim do túnel da dor?

177 Fio de machado. Escova de aço. Dor de cansaço. Olhos inchados. Sol decadente. Meio sem jeito. Quero teu leito. Incandescente!

176 2 Patricinhas de igual intensidade, atuando em sentido contrário pelo mesmo ser amado, anulam-se ou criam um Movimento Curvo Desordenado?

175 Impossível não olhar os brilhos límitrofes ao regular em intenção quase visível . Em sua boca todos os dentes de loba mordiam-me na jugular.

174 Tira atira sem mira em vampira traíra. Caipira toma caipira, pira e vira curupira. Classificados: Cá se tira tiras de mentiras.

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