Miro 02.jan.2006
Quando a tua pele negra
De repente me devora
Viro teu escravo branco
E Você minha senhora...
O teu colo é uma senzala
Os teus lábios são grossos açoites
Que aumentam minha tara
E me queimam toda noite...
Quando a tua pele negra
De repente me devora
Viro teu escravo branco
E Você minha senhora...
O teu ventre é um chicote
Eu me amarro no teu tronco
Tuas pernas uma prensa
Que me deixa sempre pronto...
Quando a tua pele negra
De repente me devora
Viro teu escravo branco
E Você minha senhora...
Tua cama é um pelourinho
Onde algemas minhas mãos
Quero servir ao teu prazer
Num Tijuco de tesão...
Quando a tua pele negra
De repente me devora
Viro teu escravo branco
E Você minha senhora...
Africana Deusa do Brasil
Tuas coxas são minhas guias
Estou preso aos teus grilhões
E nem quero alforria...
Um comentário:
Belíssimo!!Não tem como ler este poema sem permitir que a alma sorria com ele.
Postar um comentário