sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Rebelião

Miro 17.01.1997

Encontrei-te assim
sexy e linda,
mas com raiva do mundo,
com medo dos homens,
algemada às próprias decepções,
criando um cárcere,
onde sumariamente condenavas
todos que perto de ti chegavam
com boas ou más intenções,
jogando-os impiedosamente
às celas mais geladas
do teu coração
onde o tempo com certeza
tudo matava!

Assim fizeste comigo,
atirando-me a uma solitária escura,
sem coberta, sem alimentos,
sem luz e quase sem ar...
Mas aos poucos
fui me refazendo
reconstruindo sentimentos
cultivando a calma
desenvolvendo os porquês
preparando lentamente
minha fuga
de Você!

Dia após dia,
estudei tuas brechas,
observei tuas sentinelas e rondas,
fui servil e subserviente,
até me tornei amigo
dos teus cães de guarda...

Tanto assim que neste instante,
que me ponho livre
inteiramente fora
de tua tirania e domínio,
posso te deixar esta carta,
que além de minha alforria,
são tuas algemas sentimentais,
porque hoje sei,
que estás completamente presa,
por este sentimento puro,
que em vão condenaste
a uma clausura sem sentido
e que te incomoda muito o coração
queimando-te toda por dentro
feito uma grande rebelião!

2 comentários:

autor disse...

essa clausura tem sentido e é merecida!! a dor ensina, e se você ex prisioneiro tem paciência e se mantém forte, encontra nesse sentimento puro que brota algo intenso e belo, nunca antes experimentado...
ou eu posso estar viajando e precisando beber alguma coisa rss
sei lá...
beijo miro!!

Maria disse...

Tá tudo respondido por lá, inclusive link pra foto do véu e o que eu imagino que seja CDC!

Aproveitando pra comentar o poema... acreditar que ela está presa e se queimando por dentro é o que você quer...