Um carro passa
na contramão
um braço sensual
feminino
abre a janela e joga
um bouquet de rosas
em botões vermelhos
diante do meu chão...
Depois grita com raiva
um último palavrão
fecha a janela
e sai cantando pneus
deixando um rastro
de história no chão...
Paro diante das pétalas
intensas como a paixão
causam-me algum prazer
e ao mesmo tempo medo
pois parecem meu sangue
derramado no chão...
Abaixo-me inconsciente
querendo entender
toda aquela situação
será que tenho alguma culpa
nos espinhos capados
das rosas alí no chão?
Sem coragem de tocá-las
com uma estranha sensação
olho-as com o rubor
da vergonha
e num salto só
olho-as com o rubor
da vergonha
e num salto só
desvio o mistério das rosas
que como impecilhos
impediam
os trilhos
do meu chão...
Sem olhar para trás
matuto qualquer motivo
seriam pecados antigos
que como impecilhos
impediam
os trilhos
do meu chão...
Sem olhar para trás
matuto qualquer motivo
seriam pecados antigos
alguma atual omissão
ou simplesmente o acaso
derramando poesia
em pétalas vermelhas
em meu impreciso
chão?
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