quarta-feira, 30 de maio de 2012

Túnel Boreal 2

Miro 18.05.2012

Tiro no gosto da boca
o sangue se torna livre
um vazio apaga o azul...

Cenas sem sequências
escorrem na retina seca
o pulso fica sem sinal…

Sirenes calam o caos
diante de um tunel
em aura boreal…

O medo erra
e não mais paralisa!

O corpo para
e não sente!

A mente não está
eu já não sou!

Em delta mental
o tempo sem limites
some no espaço…

A transição se faz
interna e eterna
na direção da luz...

Mas no vácuo pacífico
uma voz quebra
a assinatura da cruz…


O medo volta
e de novo paralisa!

O corpo sente,
pulsa e ressente!

A mente pressente
que o portal se fechou!


O laranja do dia
dá cor leve a retina
aquém das pálpebras…

Os músculos pesam
estremecem no chão
em poças de suor…

Um gemido surdo
indica ao círculo
que renasceu a dor…


O medo se solta
e de novo paralisa!

O corpo sente
quer ficar ausente!

Mas a mente atenta
esquece o que passou!



A morte foi vencida
pelo menos por hora
outra vez postergada…

O destino continua
como beco sem saída
sem solução final…

E em nó de lembranças
a passagem esvanece 
em sépia artificial...

Nenhum comentário: