Miro 18.05.2012
Tiro no gosto da boca
o sangue se torna livre
um vazio apaga o azul...
Cenas sem sequências
escorrem na retina seca
o pulso fica sem sinal…
Sirenes calam o caos
diante de um tunel
em aura boreal…
O medo erra
e não mais paralisa!
O corpo para
e não sente!
A mente não está
eu já não sou!
Em delta mental
o tempo sem limites
some no espaço…
A transição se faz
interna e eterna
na direção da luz...
Mas no vácuo pacífico
uma voz quebra
a assinatura da cruz…
O medo volta
e de novo paralisa!
O corpo sente,
pulsa e ressente!
A mente pressente
que o portal se fechou!
O laranja do dia
dá cor leve a retina
aquém das pálpebras…
Os músculos pesam
estremecem no chão
em poças de suor…
Um gemido surdo
indica ao círculo
que renasceu a dor…
O medo se solta
e de novo paralisa!
O corpo sente
quer ficar ausente!
Mas a mente atenta
esquece o que passou!
A morte foi vencida
pelo menos por hora
outra vez postergada…
O destino continua
como beco sem saída
sem solução final…
E em nó de lembranças
a passagem esvanece
em sépia artificial...
Nenhum comentário:
Postar um comentário