domingo, 4 de maio de 2014

2347 a 2562 Mikropoesias do Twitter


2562
9 de outubro de 2013
O ovelha estava certo: mais do que driblar os preceitos era preciso romper com o comodismo da grama e surfar em fumaças sem preconceitos...

2561
9 de outubro de 2013
Minha mãe está no Iraque, meu pai no Pacífico Sul, minha memória congelada nos pólos e minha tropical vontade presa na linha de um Equador!

2560
9 de outubro de 2013
Entregue aos paraguaios, preso no Afeganistão, escravo de uma múmia no Egito, preso por beijar uma mulher no Irã ou seja, sem um puta tostão

2559
9 de outubro de 2013
Alguns laços se transformaram em nós, outros em adornos de um presente efêmero e os que apertaram a garganta de saudades feito gravata cipó?

2558
9 de outubro de 2013
Era de tudo muito simples, o trivial satisfazia a intenção e sossegava o lobo dentro das calças curtas, agora o complexo virou moda em mim

2557
9 de outubro de 2013
Desço do azul em teu pecado, tropeçando em pequenas atitudes hostis, jogo tudo que tenho contra tuas fichas e espero tua roleta russa ruir.

2556
9 de outubro de 2013
Pisando em buracos novos, como se fossem ovos, mas sem sujar os pés, deixando que os rastros não sejam descobertos pelos jacarés...

2555
8 de outubro de 2013
havia um lugar para o entendimento outro para a confrontação, entre eles uma ponte pênsil pra lá de usada dando sensação de impossibilidades

2554
8 de outubro de 2013
Não existe decepção com amigos! Eles assim não agem, existe sim uma consideração superestimada por alguém que jamais poderá dar o que não tem

2553
8 de outubro de 2013
Era só um relógio no quarto escuro
com os ponteiros girando… girando…
como a noite… sem sair do lugar
entre tic-tacs só o som das ausências…

2552
8 de outubro de 2013
Um silêncio de se ouvir o sangue, vez por outra quebrado pela tosse sem remédio ou o som do pijama no lençol em giros aleatórios de tédio…

2551
8 de outubro de 2013
O tempo voando feito beija-flor, ora parado no ar, ora trisco de luz, compondo lento insônia e depressão… a espera do primeiro raio de Sol!

2550
8 de outubro de 2013
Feito olhos de jacaré no escuro, o verde cintilava quase nuclear, os dentes brancos mal apareciam, guardando na calcinha intenção atômica...

2549
8 de outubro de 2013
O riso de síncronos desejos impuros contaminou os espaços vazios do lugar,
formas sem cores engoliam nas sombras a libido babilônica…

2548
8 de outubro de 2013
Vez em quando um peixe pulava no zoom,
deixando um som de pressa estranha, sabe se lá de caça ou de caçador...

2547
8 de outubro de 2013
No escuro, a vontade incomum se fez comum e um gozo infindo fisgou as entranhas do amor, cerrando nos dentes o prazer da dor...

2546
21 de agosto de 2013
…dualidade, ambigüidade, subjetividade, entendimento tácito, olhar subjacente, informação subliminar, um direito ao contraditório ilícito…

2545
21 de agosto de 2013
…fiquei em cima do muro, sem saber se pulava a cerca, se rompia as fronteiras da loucura ou simplesmente virava estátua na maior cara dura…

2544
21 de agosto de 2013
ela publica no twiter o orgasmo em tempo real, é como se o ponto G fosse no centro do teclado, acionado várias vezes pelo virtual namorado…

2543
21 de agosto de 2013
metade cigano, metade pirata, fui inteiro com minhas más intenções, não usei meias palavras ou tolas medidas para buscar ti minha unidade…

2542
21 de agosto de 2013
as vezes sem saber sinto saudades de ti… do pouco que tive de tua boca… da intenção aberta de teu sorriso que deixa minha vontade louca…

2541
21 de agosto de 2013
numa terça terça rezei meu terço, em meu sono, imerso em versos, dominam meus sonhos intensos como se fossem lágrimas derramadas sem um dono

2540
21 de agosto de 2013
era dia e eu nada enxergava…olhava o céu que deveria estar azul e me acinzentava…catava orvalhos procurando brilhos…mas nada mais cintilava…

2539
21 de agosto de 2013
fiquei descontrolado, descompassado, descompensado, um homem guardado, sete vezes chaveado, ao ver a impossibilidade de por Você ser amado!

2538
21 de agosto de 2013
as vezes é preciso ser bom… outras… é bom ser mau… ou só ser improviso… como nau sem rumo… deriva sem saída…descontraído nó… cego em paixão…

2537
21 de agosto de 2013
Minha cara! Claro que Você quebrou minha cara e não foi com um soco…nem com teu comportamento louco, foi aos poucos…com um olhar sem troco…

2536
21 de agosto de 2013
sinto vergonha sem qualquer pudor, sinto medo com a coragem dos detentos, sinto raiva na calma que me segura, sinto-me usado nos sentimentos

2535
21 de agosto de 2013
sou anjo no teu inferno astral…demônio incolor em tua história atonal…caótico acorde em tuas manhãs sem cor…bucólico cio em complexo amador…

2534
21 de agosto de 2013
saio da minha clínica perturbado, sem vontade de ir para casa, de olhar meus garfos e facas sujos na mesa e meus gatos usando as minhas asas

2533
21 de agosto de 2013
esqueci cada um dos teus namorados…da minha inveja embutida…escondida nos favores nada sutis…só não consigo esquecer…que Você nunca me quis…

2532
21 de agosto de 2013
e aquela história de só comer vegetais…de ficar esnobando filés e vinhos tintos…de correr das iguarias…como em voto de pobreza de instintos…

2531
21 de agosto de 2013
dos vários tipos de fome que tive contigo a melhor foi a saudade do teu beijo molhado, a pior foi a vontade de reviver teu gosto mal passado

2530
21 de agosto de 2013
era só roubar um beijo molhado…deixar-lhe o ventre úmido e febril…atacar com fome de troglodita ou garanhão no cio e esquecer o olhar vazio…

2529
21 de agosto de 2013
evitei pensar no amor…a realidade me trazia um forte impacto…denso…o destino de ser longe era certo…o desejo de estar perto ilógico e tenso…

2528
21 de agosto de 2013
ela pediu conselhos…como se eu os pudesse dar…pediu-me ajuda sem implorar…sempre na condição de um amigo… que se pode…friamente explorar…

2527
21 de agosto de 2013
eu ainda a amava sem restrição…como se outra vida juntos houvesse existido…não que substituir o amor por pena e nem o tesão por compaixão…

2526
21 de agosto de 2013
o olhar igual…o rosto não…marcas dos remédios anti-depressão…rugas precoces no nariz…na retina um apelo sem dono e um desapego em ser feliz…

2525
21 de agosto de 2013
a quanto tempo não a via…havia aquela lembrança de um sorriso solto feito criança…gargalhadas que feriam meus brios criando um sonoro vazio…

2524
19 de julho de 2013
olhar o certo e acertar a errada, mirar na danada e ficar com a santa, cantar de alegria a tristeza do louco e também enlouquecer aos poucos

2523
19 de julho de 2013
miserável cura que não vem e não tem remédio…não há desejo em ter saúde…acomodação que vicia a vida…com espasmos cíclicos de prazer e tédio…

2522
19 de julho de 2013
pareceu-me um pouco gordinha na foto… jamais comentaria com ela que eu a queria mesmo assim…um segredo masculino para se guardado até o fim…

2521
19 de julho de 2013
a farinha torrada no fogão a lenha escondia…os torresmos proibidos, enquanto a prosa era protegida…pela cachaça mineira…em dedais de vidro…

2520
19 de julho de 2013
meu olhar é público… mesmo de olhos fechados todos lambem meus particulares segredos… o jeito é deixar o olhar longe de ti… em cego degredo…

2519
19 de julho de 2013
como bola de fogo chegou e sumiu…uma roda vermelha e quente…rangendo os dentes…subiu de quatro às paredes…mas antes de mim…se virou e dormiu

2518
19 de julho de 2013
Eu não estou dirigindo! É o piloto automático… o combustível? Não estou lembrado… droga de Seu Guarda… não sabia que ele estava alcoolizado…

2517
19 de julho de 2013
Entre uma Skol 360° e uma Brahma 0° não existem diferença matemática! Pena que Seu Guarda não aceitou argumentos de manguaça tão enfática!

2516
19 de julho de 2013
Naquela noite estava jurado de morte, não uma morte natural, mas simbólica, uma geléia no corpo mais sensual, um zero absoluto alcoólico…

2515
19 de julho de 2013
Por fim o falso julgamento, que criou pontes sem rios, porteiras para conter o certo, grades para afastar o amor e o longe no que era perto…

2514
19 de julho de 2013
E a saudade sem causa, de polaridades sem fim por amores que nunca tive, olhares que não me perdi e paixões que jamais vivi?

2513
19 de julho de 2013
E esta alegria de lágrimas? Esta ira santa e amorosa, este medo de ser medroso frente as decisões do dia… quase feliz ante duvidoso?

2512
19 de julho de 2013
Ah! Este crer na humanidade, que precisou se misturar a desejos quase animais, esfregando pelos e peles aos planos espirituais!

2511
19 de julho de 2013
Ah! Este senso de liberdade, que teve que se acostumar com possessivos amores, com beatas que me torturaram com seus ciúmes ditadores!

2510
2 de junho de 2013
entrar nela foi como arrebentar minha chave nas travas de um cofre enferrujado pelo segredo dos anti depressivos inibidores da dopamina

2509
2 de junho de 2013
sexo, romance e apego, envoltos numa mesma embalagem mulher, sem ser tão intenso, mas tão denso que compensa qualquer individual expressão

2508
2 de junho de 2013
no simbólico de nossas leis íntimas, um exemplo claro de como nos enganamos, deixando por debaixo dos panos o melhor de nossas más intenções

2507
2 de junho de 2013
a mentira estabeleceu-se entre nós como laço invisível que aperta a garganta como gravata de criminoso de colarinho branco em banco de réu

2506
2 de junho de 2013
na cartola vazia alguns pelos da coelha perdida devorada pelo palhaço faminto enquanto a trupe convidava crianças para o circo da hipocrisia

2505
2 de junho de 2013
o que era para ser intenso feito cachoeira virou gota de lágrima, uma paixão reprimida e impossível como segredo de mágico em um circo vazio

2504
17 de maio de 2013
Quero com ela trinta anos viver, cuidá-la enquanto nenê, brincar com ela menina, protegê-la como moça e abençoá-la feliz… quando mulher!

2503
17 de maio de 2013
Seu abraço de braços e pernas me envolve como laço de presente, me aperta o coração com jeito e quieta vai se adonando de todo meu peito!

2502
17 de maio de 2013
Ela dorme no meu peito sem qualquer cerimônia, em calma respiramos e suspiramos juntos e assim eu me transformo no berço natural de Antonia.

2501
17 de maio de 2013
todo dia ela me acorda com seu chorinho doce, faço sua mamadeira como se a primeira fosse, um toque de capricho que se transforma em carinho

2500
17 de maio de 2013
teu amor veio lento como trem de carga subindo a serra do mar, gemendo, bufando, sem parar de subir, até que um dia saiu dos trilhos e sumiu

2499
16 de maio de 2013
o sorvete de milho verde desceu na garganta como nos tempos de guri, o cheiro de chuva nas ventas, os pés descalços na lama do próprio xixi

2498
16 de maio de 2013
…troquei Você por um punhado de carinhos pagos no melhor bordel, escolhi a puta mais parecida contigo, dela fiz gato, sapato, inferno e céu…

2497
16 de maio de 2013
não há saco que agüente esta enchente de informações marginais que são repetidas ao longo do dia por falta de assunto melhor nos telejornais

2496
16 de maio de 2013
Em minha terra natal as árvores parecem que tem mais vida, emolduram as moças de sandálias rasteiras, no vai-e-vem de suas saias coloridas!

2495
16 de maio de 2013
cansado de uma humanidade injusta e sádica com os outros seres da natureza, transformei meu coração animal em um hostil vegetal sem sombra…

2494
16 de maio de 2013
uma música de ninar sossega minha dor…em leves toques de sons esparsos e uterinos…que me lembram o colo de minha Vó…quando ainda era menino

2493
16 de maio de 2013
o jornalista levanta de manhã bem cedo e escreve sua crônica diária do tempo que foi feliz…transforma em palavras, o que meu relógio não diz

2492
16 de maio de 2013
A criação espontânea é como suposta erva daninha na rachadura dos prédios, preenche fendas e acaba com minhas dores… feito poderoso remédio!

2491
16 de maio de 2013
Ela voltou… sinto seu cheiro no ar… parece que em ondas de tesão… será que veio me buscar? Estará mais cansada? Ou ainda bela… e apaixonada?

2490
16 de maio de 2013
Lá longe, muito longe, há um jardim, um belo jardim sem flores, sem grama, sem cores, que mesmo a distância lentamente cresce dentro de mim!

2489
16 de maio de 2013
Meu gosto por coisas finas e boas me faz exigente na escolha, não suporto o gosto de usado dos usados clichês, nem o mofo… que vem de Vocês!

2488
16 de maio de 2013
paquerar a mais difícil das moça… seduzi-la em arrogância… dobrá-la por inteiro… montar um grande harém… o macho alfa de todos os terreiros…

2487
16 de maio de 2013
Como homem fui feito para a luta! Um centauro que no cio, briga em sangue até prenhar a mais égua das puta…

2486
16 de maio de 2013
puxando trenós no Saara… voando sem asas nas águas escuras de abissais sem fim… mergulhando no vazio que consome tudo… dentro de mim…

2485
16 de maio de 2013
Estou andando de camelo no meio da neve
errando de pólo com roupa de verão… inadequado como dono sem cão.

2484
13 de maio de 2013
azar de azaração: uma cheirava a peixe…a outra um hálito de leão…a última tinha um suor de baixo do braço que dizia por favor agora me deixe

2483
13 de maio de 2013
sou o primeiro na luta entre tédios e dores…venci o jogo da paciência…contra uma aranha sexy que de quatro…mostra seus naipes mais sedutores

2482
13 de maio de 2013
a pele em porosidade contagiante cria um orvalho de suor que refresca teu corpo mole envolto pela natural dopamina que eclode depois do amor

2481
13 de maio de 2013
…ontem sonhei contigo… estávamos nus deitados juntos... em um distante abrigo… embrulhados por um suado lençol… grudados como isca e anzol…

2480
13 de maio de 2013
Tentar o pensar que se oponha ao inelástico da mente velha! Ser belo em pelos senis! Nu não ter vergonha…no cristal crítico que me espelha!

2479
13 de maio de 2013
Quero sempre… ser jovem! Curioso como um principiante! Criando belas rugas no rosto e delas  ser… um aprendiz!

2478
13 de maio de 2013
Quero ser… sempre do bem! Sem ser ingênuo ou arrogante! Amar a perversa com gosto, cultivar os riscos das paixões e vadias imperfeições!

2477
6 de maio de 2013
…o velho calção de banho enxuga o molhado da cachaça de rolha, de um dia inteiro prá vadiar… e um disque-disque vazio que brota na timeline

2476
6 de maio de 2013
misturo tudo que encontro na geladeira e faço um mexido para matar a fome que arregaça…e uma xícara de vinho Sinuelo, para compor a desgraça

2475
6 de maio de 2013
conchiglione de camarão ao molho SanMarino regado com vinho Amarone e eu sem graça quando teus lábios me experimentam bebendo na mesma taça…

2474
6 de maio de 2013
quibe muito sem vergonha, feito com carne de segunda e Priscas farinhas de pão, vivia enconchando coxinhas no trajeto da cozinha até o balcão…

2473
6 de maio de 2013
pode parecer pequeno te querer quando esbanjo amor e felicidades… são cantos distintos do coração… um é coro de paz, outro é solo de paixão…

2472
6 de maio de 2013
filhas e suas distâncias…umas próximas…outras, em outra cidade… são flores que mesmo fora da primavera perfumam…nem que seja só de saudades…

2471
6 de maio de 2013
o vento sul mudando o tempo, entrando pelas frestas e gelando a ceia, o inverno se escondendo no meu quarto e eu querendo dormir sem meias…

2470
6 de maio de 2013
estou com aquela sensação de final de domingo…antecipando no corpo a preguiça da segunda…querendo saber do nada que escorre e não aprofunda…

2469
6 de maio de 2013
o fanatismo dos ortodoxos acirra-se ante a expansão dos limites da liberdade, recriando leis, regras e crenças que escondem suas impunidades

2468
6 de maio de 2013
ela me quer às 4 da tarde, às 8 da noite me vigia, à meia-noite me abriga, às 4 da manhã me maltrata, às 8 me desliga e ao meio-dia…me mata…

2467
6 de maio de 2013
havia poesia naquele olhar, uma ternura que lavava minha alma do soturno, hoje ela é um quasar distante, um buraco em longo pulsar noturno…

2466
6 de maio de 2013
ao diabo com os deuses que não são astronautas, que tomam conta dos homens e não de si, que caem do céu em incoerentes correntes internautas

2465
6 de maio de 2013
como com farinha o como chegar até Você, ela tempera o amargo do teu toco, resseca a garganta esturricada e chega na barriga vazia como soco

2464
6 de maio de 2013
o tempo muda em silêncio…eu mudo gritando, esperneando sem pernas…diante de um relógio que quebra a pulsação da ampulheta de areias eternas…

2463
5 de maio de 2013
não quero saber de tuas histórias… já me busquei nas entrelinhas e orelhas do teu livro… agora te livro de mim… num sebo virtual da memória…

2462
5 de maio de 2013
a velha bailarina vencendo as dores da idade, movimenta-se no palco compondo uma emoção que mistura a força do orgulho com laços de piedade…

2461
5 de maio de 2013
as curvas de macia derrapagem e sem mourão, aconteciam em uma seqüência de fatos simples, capaz de compor um quadro de péssima intenção...

2460
5 de maio de 2013
aos gritos e pontapés, enfurno a paixão no espaço curto do esquecimento, amordaçando a vontade que à deriva, flutua na memória em isolamento

2459
5 de maio de 2013
Reaberta a cicatriz do desejo animal, com uma simples mensagem sem sal, que rouba a paz possível como um misterioso arcano sobrenatural...

2458
5 de maio de 2013
Sutil cobra que me cobra uma presença constante, como um Sol que tem obrigação de inaugurar cada dia, mesmo sem vontade ou só por ironia...

2457
5 de maio de 2013
O que Você espera? Que eu me torne inocente? Que tenha coragem de tirar minha roupa e desnudar-me indecente ante a tua tez indiferente?

2456
5 de maio de 2013
A boca da loira de fartas coxas peludas  derrete-se em seu sexappeal, engolindo meus gametas estéreis como um maxmelo quente e sem gosto...

2455
5 de maio de 2013
Sem rumo sigo o fluxo vermelho do tráfego da cidade, sem fugir da blitz ou de beber, dirijo preso à lâmina cortante da liberdade de ser!

2454
5 de maio de 2013
Meu orgulho reduzido a um fósforo queimado, um nada que foi fogo e que agora é um minúsculo carvão, capaz de acender sem chama a frustração!

2453
4 de maio de 2013
o lençol molhado… café na cama com preguiça… o corpo amassado de alegria… uma réstia de tesão derretendo a manteiga do pão nosso de cada dia

2452
4 de maio de 2013
minha quarta crespa de cabelos em mola, molhados pelo banho recém tomado, que deixa no ar um perfume que não sai… volta aqui… te quero mais…

2451
4 de maio de 2013
Ao perceber a tenda do circo erguida, a trapezista de aluguel foge do picadeiro, antes que sua rede de proteção se rompa por inteiro!

2450
4 de maio de 2013
Como eu desejo Você ao meu lado em novelo! Acordada por minha impunidade matutina, que me faz macho temporário no enrolado dos teus pelos…

2449
3 de maio de 2013
visitou meu sono, roubou minha paz, desenhou maldades nos meus pesadelos até de manhã, depois partiu sem culpas como qualquer bela vilã…

2448
3 de maio de 2013
No espelho dourado do Graal, ela vê que a sombra desejada, esconde-se agora dentro dela… nutrindo o seu olhar sem brilhos!

2447
3 de maio de 2013
O noivo de olho em Sant'Ana, agradece pompa do sacramento, a Cruzada para ter um filho!

2446
3 de maio de 2013  
Como apagar a paixão infernal que ainda explode no coração com uma só lágrima ressecada e água benta borrifada vinda dos céus?

2445
3 de maio de 2013  
… e se sentindo sem perdão, não olha para os convidados, ávidos por ver o seu ventre sem véu…

2444
3 de maio de 2013  
Durante o arrepio da benção, ela com o canto dos olhos, busca nos recantos escuros da Igreja alguma sombra conhecida!

2443
3 de maio de 2013  
Na capela imponente e sem ar brota num murmúrio… o sim, sempre um sim… um eterno sim além da vida!

2442
3 de maio de 2013  
Com o canto gregoriano forma-se uma lágrima azul iluminada pela Lua no vitral embaçado por mil rezas em bis…

2441
3 de maio de 2013  
Nele a satisfação da conquista… nela a antecipação da vida longe do amor que sempre quis!

2440
3 de maio de 2013  
Dinheiro, luxo e vida fácil, fome, tristeza e frustrações, expectativas e lembranças liquidificam-se diante da cruz…

2439
3 de maio de 2013  
Meio altar roubado de alegria: um noivo bem vestido e feliz, uma noiva branca e sem luz!

2438
27 de abril de 2013 
vem… vem logo… vem sem medo… vem e me ama… vem ou me chama… não quero mais esta infinita distância… dormindo contigo numa mesma cama…

2437
27 de abril de 2013 
Ilógicos e paralelos atos, síncronos e sem donos criando juntos… a vera Cruz!

2436
27 de abril de 2013 
Lá os sinos dobram-se entre nuas dobras, num ágil monólogo de Dedos! Cá a espada invisível da corte quebra-se em jato livre de branca Luz!

2435
27 de abril de 2013 
Uma chama chama nos pelos da solidão… sussurra cios em Degredo! Sob o riso fácil dos súcubos, um lençol de vazios cobre o Segredo.

2434
27 de abril de 2013 
Raro faro de Eros que compõe cacos ausentes no ventre em Zoom. Sem o sal da Terra! O nunca em pó, é magia para voar em Um.

2433
21 de abril de 2013 
no rosto as marcas das frustrações sucessivas criam um sorriso sem graça, que me afasta do belo como um brilhante ofuscado pelas suas jaças

2432
21 de abril de 2013 
… é o satânico enxofre posto no vinho que faz com que ele não se estrague, caso contrário o espírito santo vai embora e ele vira vinagre…

2431
21 de abril de 2013 
Quando o castigo vem maior que a falta, a dosagem da pena, fica injusta também. A carga do recado vira suja referência e recicla o pecado…

2430
20 de abril de 2013 
e nesta ausência planejada o horror de ficar sozinho cria no que resta de vida um adágio de adeus às ilusões

2429
20 de abril de 2013 
recolho do caos sustenido um turbilhão de mil vozes que nutrem o vazio mental como se fossem teus sons

2428
20 de abril de 2013 
da liberdade vem o castigo, que paralisa minha escolha, criando a surdez do agora no lugar da canção amanhã

2427
20 de abril de 2013 
o som do engolir em seco enche minha boca de fel, amarga a garganta moída, esturricada por não gritar

2426
20 de abril de 2013 
e este ninho deserto de carinhos, onde me aqueço nas penas, que arranco em passatempo em tosca auto-comiseração

2425
20 de abril de 2013 
miserável e silencioso nada que toma conta do sangue zumbindo no ouvido seco à espera de qualquer som afetivo

2424
20 de abril de 2013 
Vivo em um Universo quadrado incapaz de encaixar minhas bolas, parte delas ficam dentro, parte  ficam fora, é um jogo de chove e não molha.

2423
16 de abril de 2013 
hora de empinar na reta que não leva a nada, que afasta a dor e deixa o medo congelado, dando coragem para viver sem qualquer significado…

2422
16 de abril de 2013 
hora do equilíbrio ao rés do chão, lambendo o guard-rail, como se a vida não tivesse passado na imagem difusa dos retrovisores nublados…

2421
16 de abril de 2013 
hora do vento gelado nas fuças, do ar queimando o peito angustiado, feito faca de açougueiro buscando o melhor pedaço no espaço da liberdade

2420
16 de abril de 2013 
hora do asfalto, de colocar o velho elmo nas têmporas,  varrer o mundo em duas rodas, sentir a chuva no íntimo… que ainda está preservado…

2419
16 de abril de 2013 
amo a ti e a minha mulher…só que ela não é minha, pois por amor não posso tê-la ou contê-la, então contenho a ti que não tenho e não me quer

2418
16 de abril de 2013 
este sempre meio caminho andado, sobre pontas e facas, com os tornozelos inchados, me faz desejar o vale do insano ao invés do pico sagrado…

2417
16 de abril de 2013 
Em minha lenda urbana Você surta por não me fazer surtar. Você longe pensa em estar aqui. Você se aliena para entender minha loucura por ti.

2416
16 de abril de 2013 
E se… céu e inferno forem ligados, acontecerem juntos, como o certo e o errado de misturados clichês?

2415
16 de abril de 2013 
E se… inferno e paraíso não existirem
e o agora for Rei, bem em cima das incertezas e por de baixo dos porquês?

2414
16 de abril de 2013 
E se… o paraíso for feito de uma infinita piedade que inclui a todos, inclusive… Vocês?

2413
16 de abril de 2013 
E se… o inferno for feito da dor do arrependimento do que se quis e não se fez?

2412
16 de abril de 2013 
Quase sempre na minha procura, da felicidade não acho nada. Talvez por ela seja cego ou estará bem ao lado de tudo que simplesmente nego?

2411
16 de abril de 2013 
Outras vezes acho que felicidade é quase um nada,um esbarrar na Verdade,
um brilho no olhar esperado, uma lágrima sincera cheia de saudade!

2410
16 de abril de 2013 
As vezes acho que tudo é pouco para a felicidade, que a Deus isto cabe,
pois só o Criador pode montar um caminho… que quase ninguém sabe?

2409
16 de abril de 2013 
As vezes acho que um modo de ser feliz é não julgar por mim
e nem me deixar levar pelo que os outros irão de mim falar ou pensar!

2408
16 de abril de 2013 
As vezes acho que a chance de ser feliz: não está nos detalhes,
nem mesmo na sorte ou se é uma questão da vida ou para depois da morte…

2407
24 de fevereiro de 2013 
escarrada face em desprezo como um doente capaz de contagiar e que espalha o medo sem compartilhar o segredo de que seus vírus são inócuos…

2406
24 de fevereiro de 2013 
Uma pipa se despe de vontades e empinada no céu tenta capturar uma Lua que escorregadia foge do tesão como diabo da cruz...

2405
24 de fevereiro de 2013 
hora de caminhar sem tempo no estreito espaço de uma bamba corda como um palhaço fazer a platéia rir com um simples e desengonçado percalço

2404
24 de fevereiro de 2013 
meu caminho não é de flores e nem de pedras, tem o consolo das nuvens, que como eu derrama lágrimas que tornam teu colo fértil e sem tempo

2403
24 de fevereiro de 2013 
A Lua tratada no céu pelo orvalho escorrega em lágrimas como um cântaro de vinho derramado em um seco gramado sem dono...

2402
22 de fevereiro de 2013 
de tanto pensar na vida ela fica sofrida, vale ouro algum tempo de alienação, seja assistindo um Tarantino ou bebendo até não sentir o chão

2401
22 de fevereiro de 2013 
Depois de consumada loucura com leite derramado em deprê, sigo num constante degredo, fugindo da realidade cabide que me despe de Você!

2400
22 de fevereiro de 2013 
na claridade do dia visto imagens mentais em tua cintura bandida, já na penumbra da noite meus olhos perseguem teus crimes em tesão suicida…

2399
22 de fevereiro de 2013 
em minha imaginação Você está sempre nua, as vezes entre lençóis, outras saindo do banho, sem constrangimento passeia em pelo por minha rua

2398
22 de fevereiro de 2013 
no fundo ainda gostas da safadeza de início que suavemente te arreta…depois o fogo nos tosta e um rabo de cometa gela-nos com resquícios…

2397
22 de fevereiro de 2013 
… sem mentais apostas… na borda de teus orifícios… decanto vícios e dores… com toques de borboleta… nas pétalas de tuas flores…

2396
22 de fevereiro de 2013 
Na beira do precipício percorro as tuas costas, com língua motocicleta preparada na mecânica do teu hospício…

2395
6 de fevereiro de 2013 
um dedo de cachaça leve de Umburana, os pastéis quentinhos e o torresmo crocante giram ao redor do destino político de amigos importantes…

2394
6 de fevereiro de 2013 
conversa fiada e afiada… no reverso de um dedo de prosa… uma amizade regada de emoções… constrói na cerveja… a escuta fiel das inquietações…

2393
6 de fevereiro de 2013 
boemia sossegada ao som de um Rio Ivo que em tom murmurado cantava a"nesga" de céu aberto, escancarado na R. Vicente Machado

2392
6 de fevereiro de 2013 
Tenho lázaros desenterrados que vivem de extrema unção: são fantasmas silenciosos que me ouvem atentos quando crio em nome de tua depressão.

2391
6 de fevereiro de 2013 
Ela é bonita, mais jovem e inteligente do que eu! Feita em tatuagens! Esbanja tesão! Ela é só sacanagem! Pura octanagem na velha ignição!

2390
6 de fevereiro de 2013 
pela moleira do atento entra o devaneio rio com ondas abissais, moinhos de alegorias e vórtices de desejos que fervilham o rés da imaginação

2389
6 de fevereiro de 2013 
Abrindo estrias sem fim no cotidiano linchado pelo insano normal! Aí o plano é rasgado e uma raiva sem tréguas cria no velho… novas ilusões!

2388
6 de fevereiro de 2013 
Já fomos ex-escravos sem Rei, criamos liberdades nas ditaduras, hoje secamos... de molho nas Leis!

2387
6 de fevereiro de 2013 
Uma tristeza cavalga sem freios, de olho atento as urdiduras que geram grana com arreios!

2386
6 de fevereiro de 2013 
A lama tecendo os congressos: os pés calçados em "éticos" ardis ressecam as páginas do Direito com decretos de soluções pueris.

2385
6 de fevereiro de 2013 
Época de corredores estreitos: um emaranhado de mil perdas que transformam o progresso em vitórias de Heróis da Merda?

2384
6 de fevereiro de 2013 
com passos firmes de um rei nu… errei por círculos concêntricos até encontrar a autêntica república de uma linda mulher sem lei…

2383
7 de janeiro de 2013 
de olho no brejo onde uma cruz natural pende em atitude oblíqua, quase uma mesura morta diante da poluição viva de uma indústria profícua…

2382
7 de janeiro de 2013 
sou feliz ao teu lado, vivo com ele meu lado homem de bem, a parte visível do iceberg, um outdoor que todo mundo vê e não sabe o que contém…

2381
7 de janeiro de 2013 
Havia um tempo em que eu surtava por Você em noites vazias de verão, onde o acaso compunha em um único segundo saudade, desejo e frustração!

2380
7 de janeiro de 2013 
Sinto-me como em um barco de pesca a procura de iscas para pegar peixes que serão devolvidos ao mar, só por diversão, preenchendo a solidão.

2379
7 de janeiro de 2013 
servindo de mula com a droga do teu amor mergulhado no estômago, encapsulada pelo plástico de tuas inquietações que qualquer desejo coagula

2378
7 de janeiro de 2013 
Completei minhas metas de 2013 no início de janeiro! Quero um ano inteiro com a sensação de não fazer nada além de ser do agora prisioneiro…

2377
7 de janeiro de 2013 
liberdade de imprensa tem das suas: transforma o banal em extraordinário, mostra mulheres nuas e esquece de noticiar o novo golpe no erário

2376
7 de janeiro de 2013 
fico olhando as meninas que passam com água na boca, para não enferrujar os dentes, disfarço meu desejo seco com um gole de cerveja choca

2375
7 de janeiro de 2013 
um círculo vicioso de acusação cheio de fundamentos e nenhuma compreensão, afogando-nos em dores e apagando o destino escrito em nossas mãos

2374
7 de janeiro de 2013 
posso imaginar o que estás sentindo, posso até crer nos disfarces de tuas emoções, só não quero crer que queiras viver para sempre fingindo

2373
7 de janeiro de 2013 
problemas que meu ócio criativo atiça: a cachaça embotando a conta no bulicho e no dia seguinte uma cefaléia bicho brigando com a preguiça

2372
7 de janeiro de 2013 
Quem criou calcinha comestível foi um empacotador de presentes que só pensava bobagem: fez um aperitivo para o sexo com a própria embalagem!

2371
7 de janeiro de 2013 
mergulhe na sua intimidade como se fosse o melhor inimigo, torne-se um perigo para o acomodado, só não force a porta que te serve de abrigo

2370
7 de janeiro de 2013 
Uma emblemática cor, vermelha carne no néon, com negro cio ao redor, dos lábios sem batons!

2369
7 de janeiro de 2013 
Num movimento fora de si mudou meus ritmos e tons, uma seqüência Debussy
em improvisados marrons!

2368
7 de janeiro de 2013 
Uma passista da vida domando minha avenida com fantasias de crepom! Mas se tudo dura o agora logo tratou de ir embora
como todo momento bom!

2367
7 de janeiro de 2013 
Não há gesso que prenda a imaginação, ela pode mudar o tempo, ajuda a esquecer uma paixão, antecipa um futuro bom e brinca com a frustração!

2366
4 de janeiro de 2013 
Ouvindo a tua confissão, descobri que teus pecados me fazem cair em tentação, largo por ti minha batina e deixo minha virgindade em tua mão!

2365
4 de janeiro de 2013 
todo poeta cria ao redor uma órbita de ilusões… mesmo o mais existencial deles escreve no concreto de suas estátuas paranóicas projeções…

2364
4 de janeiro de 2013 
Hoje vou justificar meu voto, nada de criar argumentos por não querer ter que votar, é só mais uma taxa em troca do direito de me silenciar!

2363
4 de janeiro de 2013 
Um dia deixei de ser político e me disseram que isto era uma política posição, que mesmo alienado, meu voto nulo me transformava em cidadão!

2362
4 de janeiro de 2013 
"TPM para Dilma significa Tensão Pós Mensalão". Sei não, ela parece tão insensível, será que deixou ao antecessor… tal tipo de preocupação?

2361
4 de janeiro de 2013 
não existe remédio para o tédio, nem mesmo para angústia, ambos dependem de boa companhia que traga ao inferno astral uma simples alegria...

2360
4 de janeiro de 2013 
desta vez teu fruto não mordi, não deixe a garganta em espinhos, ao invés disto guardei sem cuidado na mala um vidro com  óleo do teu pequi

2359
4 de janeiro de 2013 
o desejo deveria ser amoral, como gosto de frutas vermelhas, encontradas maduras em vizinho quintal…

2358
4 de janeiro de 2013 
o cheiro bom da cozinha, o carinho conhecido na nuca, o beijo molhado dos temperos da casa matando a fome do normal, mesmo quase sem sal...

2357
4 de janeiro de 2013 
um abraço longo como caminhar a pé por Compostela…com tempo suficiente para esquecer os limites e avançar nu nas úmidas propriedades dela...

2356
4 de janeiro de 2013 
amo alguns anjos sem asas e coxas grossas que me fazem sentir o diabo entre as pernas nas madrugadas frias em que meu tesão vem de carroça

2355
4 de janeiro de 2013 
o leite derramado no lençol barato, como pérolas rabiscadas no escuro por toscos artistas, criou uma pista de alerta em torno do nosso trato

2354
4 de janeiro de 2013 
Tua chegada parecia vôo cego na neblina em plena noite de verão. Teu atraso não foi falha da companhia, mas um over booking no teu coração...

2353
4 de janeiro de 2013 
Você de novo internada com o pensamento solto para ir do Sul ao Norte sem passar pelo Equador e eu livre com meu patuá de algemas apertadas!

2352
4 de janeiro de 2013 
os maiores estragos foram no coração e no Banco, uma dúvida tão insolúvel quanto a dívida... duas notas promissórias assinadas em branco...

2351
4 de janeiro de 2013 
Você cortou meu abraço! Sangrei um tempo deixando no chão uma pista com meu rastro de dor. Ele te trouxe de volta, feito castigo do amor...

2350
4 de janeiro de 2013 
Não és mais o mesmo, não vais mais na balada! Só eu que mudei? Mais invernos, menos verões, só a vontade é a mesma: cheia de más intenções!

2349
4 de janeiro de 2013 
tento uma brecha em tua coleção de não, algo que seja afirmativo ou pelo menos um incerto talvez, pode ser um olhar neutro sem nenhum senão

2348
4 de janeiro de 2013 
Era simples viver: um pedaço de pão, arroz com feijão, um vermelho batom, o sorriso largo, olhos espertos e braços abertos
ao amigo da vez!

2347
4 de janeiro de 2013 
… depois veio a grana e a tal sofisticação com seu rococó de tons, tudo complicado como discernir o certo e o errado num mural japonês...

2183 a 2346 Mikropoesias do Twitter


2346
27 de dezembro de 2012 
Espremido entre o Natal e o Ano Novo sem querer gastar horrores com Hotel, avião e restaurante, com a certeza de que depois será como antes!

2345
27 de dezembro de 2012 
Torcendo para o jacaré, com uma ruga a mais emoldurando o olhar, sem poder expressar a tristeza, só sobrou a irritação por debaixo da mesa!?

2344
27 de dezembro de 2012 
Ela era só músculos do pescoço as pernas, uma espécie de proteínas processadas em academia, aeróbico exemplo de auto transformação externa!

2343
27 de dezembro de 2012 
no caminho das Índias, fiquei a respirar calmarias da morte, regateando brisa nas ventas, preso ao destino e sua faca sem censuras ou cortes

2342
27 de dezembro de 2012 
foi bonita a festa, mas fiquei carente, curtindo a competição de quem ainda me detesta, ouvindo as mesmas histórias do velho lobo sem dentes

2341
27 de dezembro de 2012 
irritado por não poder jogar, brigo com quem me ama, xingo os amigos próximos e mau digo os distantes... dizem que é uma fase auto-regulante

2340
27 de dezembro de 2012 
Quarto dia de abstinência, sem dinheiro para arriscar-me diante da Lei Seca, consumo o álcool da hipocrisia no quarto escuro da consciência!

2339
27 de dezembro de 2012 
isolado na bacia da Vovó, sem telefone, sem Internet, sem meninas, jogando cartas no lagarto gordo que quer comer as sobras da ceia Natalina

2338
27 de dezembro de 2012 
Encarcerado do lado de fora de uma liquidação de Natal, um solitário lobo no meio da rodovia, berlinetas azulam prontas para matar o animal.

2337
27 de dezembro de 2012 
Rápido como dança de cobra, definitivo veneno puro, elétricos dentes nos pelos em dobras e no peito um quebra-cabeças para montar no escuro.

2336
27 de dezembro de 2012 
Meus piores tropeços foram contigo, as maiores topadas também, nem por isto deixei de caminhar teu caminho e ir ao encalço dos teus pés...

2335
26 de dezembro de 2012 
Você quer dominar minha agenda oculta, faço de conta que Você é dona e isto te intriga: sou "bom menino"... não olho tuas gostosas amigas...

2334
26 de dezembro de 2012 
O caminho da roça é conhecido e não nasce nada de tão pisado, como encontrar a criatividade com tantos pés socando a terra da minha vontade?

2333
26 de dezembro de 2012 
Um touro capado no canivete só com anestesia local, o coração urbano fica divido: revolta, nojo e a naturalidade que isto ocorre no sertão!

2332
26 de dezembro de 2012 
Garantiram: Jesus não nasceu no dia do Natal! O que comemorei afinal? Outra impossibilidade como ganhar na Mega-sena ou crer na paz mundial?

2331
26 de dezembro de 2012 
Papai Noel de novo Você não trouxe o que eu queria ser! Sei que este ano fui um bom homem, um mau menino e ainda não aprendi a envelhecer...

2330
26 de dezembro de 2012 
Ainda restam uns presentes para abrir e dizer obrigado: trarão surpresa, saudades, serão de bom gosto, na moda, ou os mesmos do ano passado?

2329
26 de dezembro de 2012 
Imagine um Natal sem presentes, só com amor, imagine-o sem Papai Noel, só a verdade, sem o Roberto, Wonder ou Gil, só Jesus como entidade...

2328
26 de dezembro de 2012 
Desisto! Esta tradição de ouvir o Roberto Carlos daqui uns anos será como Papai Noel, virará uma crença de que o Natal não existe sem isto!?

2327
26 de dezembro de 2012 
Foi-se 2012, tenho a sensação que com ele me afundo. Estou vivo? Ainda restam 5 dias! O que dá para fazer sem a perspectiva do fim do mundo?

2326
26 de dezembro de 2012 
Mais de um ano sem te ver, duas ou três mensagens de texto, castelos de areia, teus tempos fora do ar e nosso vinculo se afinando como teia!

2325
26 de dezembro de 2012 
Fim de Natal... brigas e reencontros, matar a saudade, aumentá-las, querer o melhor na pior... uma cidade vazia se despe em luz... e Jesus?

2324
23 de dezembro de 2012 
de noite na cama sonho acordado, querendo Você, a tenda se arma, sem arma me atenda, me apareça nua como brilho da Lua na tela escura da TV

2323
23 de dezembro de 2012 
o caminho estreito como um corredor fazia do entre nós uma corda bamba que entre navalhas e cacos de vidro riscavam nos ombros insensatez

2322
23 de dezembro de 2012 
o melhor da devassa brasileira é que do lado há uma picanha sendo preparada no fogo lento da churrasqueira, depois... é só rolar na esteira

2321
22 de dezembro de 2012 
Convidado para 3 festas do fim do mundo escolhi ir na mais longe, era para lá do fim do mundo acordei de ressaca...vivo como gambá moribundo

2320
19 de dezembro de 2012 
Quem sabe algum maduro novo, como um ovo petrificado e só, possa inventar… outros pecados!

2319
6 de dezembro de 2012 
Meio caminho andado, meio espaço atravessado, um beiço desengonçado que me faz beijo num lugar completamente alienado...

2318
6 de dezembro de 2012 
O velho na moldura dos olhos se torna leve quando teu sorriso me diz que a vontade é algo além de tudo que eu inocentemente digo contigo...

2317
6 de dezembro de 2012 
Meio caminho andado até Você uma Compostela de pedras e liberdades e Você Catedral de Pedras me ouve como um segredo de tuas falsas vontades

2316
6 de dezembro de 2012 
Veio breve como um desejo, escapando entre os dedos como se fosse fluida, agarrei-a pelos pés e me fiz seu solo como um espelho druida...

2315
6 de dezembro de 2012 
há um universo próprio e outro impróprio um tem gosto de maçã o outro é uma fruta desconhecida não se sabe se venenosa ou se adocica a vida

2314
6 de dezembro de 2012 
veio de longe para estar perto, veio leve com vontades secas de um deserto, veio de costa como se o caminhar para frente não fosse esperto

2313
6 de dezembro de 2012 
Aquela idéia de querer saber de tua calcinha bege furada é quase igual a ter nos olhos a lágrima que nunca será derramada...

2312
6 de dezembro de 2012 
Como um peregrino esgrimo o destino com a navalha enferrujada do tempo, cobrando intenção do meu próprio lamento...

2311
16 de novembro de 2012
o suor esvaía-se em cinqüenta tons de cinza contaminado por um sangue azul infeliz, criando uma falsa tatuagem por cima da velha cicatriz...

2310
15 de novembro de 2012
Qual a real profundidade do tempo se a vida só pode ser percebida realmente no grão de areia do presente instante?

2309
15 de novembro de 2012
O que era ao redor do Che mito ou realidade? Numa época de guerrilha, as notícias e a contra-informação construíam suas diferentes verdades.

2308
15 de novembro de 2012
molha o gosto da minha verdade com tua manhosa mentira... depois seca a minha vontade com tua deliciosa saliva de vampira...

2307
15 de novembro de 2012
Velho como paralelepípedo fingindo-se de morto no asfalto é a pedra de craque cortando o chassis da ética no haraquiri anônimo dos assaltos!

2306
15 de novembro de 2012
O sangue agonizante da cidade coagula-se entre coliformes fatais: numa cheia suja de lamas e ciladas, que congestiona pistas… marginais!

2305
15 de novembro de 2012
Fardas sujas pelo plasma derramado cheiram o azedo da Ponte dos Limões criando náuseas políticas... às ilusões.

2304
15 de novembro de 2012
Já não dá para esconder no eterno gris
a contabilidade rubra dos telejornais:
"Executados... noventa e dois policiais!

2303
9 de novembro de 2012
Nenhum motivo para sorrir, a não ser aquele sorriso falso de social pudor, que diz está tudo bem para não contagiar o outro com o mau humor.

2302
9 de novembro de 2012
enquanto a matéria prima da zona é ensacada e não gera poluição, o dinheiro do imposto vaza em polução noturna...na cueca do político ladrão

2301
9 de novembro de 2012
Quando olho através da fechadura em tua midiática nudez, vejo uma mulher cansada de uma intensa briga para se manter namorada da insensatez!

2300
9 de novembro de 2012
quando o gris se fez nos cabelos mais escondidos, resolveu que jamais seriam tingidos, não queria esconder a idade para os seus sete maridos

2299
9 de novembro de 2012
verde, de um azedo gelado, de arrepiar o nervo do siso, criando na boca uma essência de limão... que deixava o beijo preciso e travado...

2298
9 de novembro de 2012
Uma capivara foi barrada na Rodo-ferroviária, queria viajar para o Ceilão, mas seu passaporte estava retido, suspeita do esquema do mensalão.

2297
9 de novembro de 2012
do inesperado veio a luz um filho bastardo, embora de nobre descendência foi logo escondido para evitar escândalo ou qualquer maledicência

2296
9 de novembro de 2012
o baque no peito era feito um paralelepípedo solto no meio da rua rasgando o aço dos chassis em gesto rápido e profundo de haraquiri aprendiz

2295
9 de novembro de 2012
mesmo em surdina teu silêncio grita em meus ouvidos, sussurrando dores como trombetas do apocalipse anunciando que nosso amor está falido...

2294
9 de novembro de 2012
Tempo raro de diamantes, de velhas minas difíceis, com seus veios impossíveis para as ferramentas surradas dos boêmios galantes.

2293
9 de novembro de 2012
Cheiro de corte nauseante travando o tesão na raiz, dando nó cego no nariz, que avesso às cavernas usadas empina-se em pose de imperatriz...

2292
9 de novembro de 2012
reverso da medalha: no peito falso mendigo rogando pão por piedade, um barril de navalhas onde o prazer colhe abrigo no cão da infelicidade.

2291
27 de outubro de 2012
com o coração limpo e o pulmão cheio de fumaças subjetivas, acreditou em idéias sensacionais para resolver as suas complicações afetivas...

2290
27 de outubro de 2012
Na casa da procrastinação encontrou sua vontade desacordada em meio a garrafas vazias, ao lado uma panela mantinha a espera em banho Maria.

2289
27 de outubro de 2012
mesmo sem força para gritar através dos dedos sujos que lhe tampava a boca, foi capaz de chamar a atenção do silêncio para sua secreta dor

2288
27 de outubro de 2012
O prato servido frio e sem sal, a fome compensando a falta de tempero, o buraco no estômago preenchido por algo horrível que quero esquecer.

2287
27 de outubro de 2012
Na sombra de tua vontade construí um ninho de espinhos, algo desconfortável demais para ficar se aconchegando na preguiça dos teus domingos.

2286
27 de outubro de 2012
o tempo escorregando na garganta como areia numa ampulheta de se decidir compôs um nó cego que deixou complicado qualquer ato de te engolir

2285
27 de outubro de 2012
O copo quebrou na minha mão, desenhou um risco vermelho de sangue que escorrendo transformou em raiva o que era pra ser uma linda paixão.

2284
27 de outubro de 2012
A promessa nunca existiu, foi só um ato apócrifo escrito no muro sujo em frente de casa, um território marcado com mijo num espaço vazio...

2283
27 de outubro de 2012
Em meu coração há marcas de teus dedos, são desejos recolhidos sob a forma de medos, vontades cultivadas com fungos de decepções em segredo.

2282
27 de outubro de 2012
Você se sente proprietária de minha imagem e cobra um aluguel caro que me faz suar para manter suficiente a satisfação de tuas expectativas.

2281
26 de outubro de 2012
Lembro-me quando fiz tua idade: sonhos por construir, a paixão doendo em facada, um mundo cheio de guerras, tímido como o Sol da Inglaterra.

2280
26 de outubro de 2012
não sabia dizer não e assim metia em cada sinuca de bico seu coração que para se livrar dela precisava compor em muitos sins o escondido não

2279
26 de outubro de 2012
Trocou os nomes dos namorados como quem troca pulseirinhas de bebês em maternidade do governo, tinha certeza que jamais iria para o inferno.

2278
25 de outubro de 2012
Pedia amor como quem roga pão velho em frente a um portão qualquer, depois fugia arrastando as rasteirinhas num jogo "coma-me se puder"…

2277
25 de outubro de 2012
Não ser triste não igual a ser feliz, não se chega a satisfação só eliminando a dor. São outros os caminhos: tesão, paixão, amor e gratidão?

2276
25 de outubro de 2012
Haviam dores que no silêncio das noites vazias gritavam como esgotos a céu aberto, dando ao ar aquele hálito podre das tolas aspirações...

2275
25 de outubro de 2012
O antônimo do Amor não é o ódio, segundo Jung: "a sombra do Amor é o Poder". Isto pode ser simplificado: quem ama empodera o Ser amado!

2274
25 de outubro de 2012
no labirinto da consciência a semente sem casca germina incompreensível: é a liberdade latente revolucionando soterrada, quase que invisível

2273
25 de outubro de 2012
Nos corações apertados o jogo chato da omissão feito um silêncio maldito: um campo sem torcida, uma derrota por WO ante fardas do invisível!

2272
25 de outubro de 2012
Do lado de fora a ordem garantia algum progresso com maternidades em luto: sem corpos para velar. Como clamar sem saber qual era seu delito?

2271
25 de outubro de 2012
O ar rarefeito dos porões, gritos abafados por mordaças molhadas preparadas com sal grosso, um falso silêncio ante um poder cruel, absoluto!

2270
25 de outubro de 2012
Até que o bardo avatar declame algum novo verso audacioso: o ouro raro... de um poético gozo!

2269
25 de outubro de 2012
Com a intenção sem arames, quero fluir entre trovas veios no vai-e-vem de meus anseios...

2268
25 de outubro de 2012
Hora de abrir novas lavras e garimpar preciosas rimas, mesmo em curta-metragem nas dobras da auto-estima!

2267
25 de outubro de 2012
Tempo de desvestir palavras e protagonizar nu a poesia, sem qualquer maquiagem minerar a toca da fantasia!

2266
21 de outubro de 2012
Veio o novo e este parecia conhecido! Seria o olhar acostumado ou um destino estabelecido? Na dúvida ganhou a certeza do que havia perdido!

2265
20 de outubro de 2012
mestre sala decadente com os joelhos sem forças fez uma mesura imprudente ante o juízo final: um malabarismo carpado que o tornou imortal

2264
20 de outubro de 2012
a espera pelo próximo encontro demorou muito, algo como chuva no deserto de Nevada, quando veio arrastou a saudade como sujeira acumulada...

2263
20 de outubro de 2012
não havia honestidade só carência afetiva que trazia satisfação quase igual a virtude em virtude disto viveu a relação sem encarar a verdade

2262
20 de outubro de 2012
a saudade começou a ser criada com aquele olhar de criança com o nariz grudado no vidro olhando a poeira da estrada apagar a imagem dos pais

2261
20 de outubro de 2012
Palhaço de vida mais ou menos, discuto com o diabo, roubo a mulher do padre, como estrogonofe de quiabo e peço misericórdia a São Filomeno...

2260
28 de setembro de 2012
sou livre entre muros, quando respeito as tais razoáveis fronteiras, só não sei se meu quintal é seguro ou torna minha liberdade prisioneira

2259
28 de setembro de 2012
a barba longa, o chapéu indicavam que alguma sinagoga havia ao lado, vi um muro alto, que sem qualquer lamentação, demonstrava severo cuidado

2258
28 de setembro de 2012
adoro tua surdez seletiva... que só ouve as frases que lhe interessam, aquelas que na tua boca me traçam um destino náufrago a tua deriva...

2257
28 de setembro de 2012
A arma parecia de sabão, exigiram a moto e o capacete! Sair correndo ou dar um cacete? Pensou na vida e criou coragem para não ter reação!

2256
28 de setembro de 2012
com este frio... até a calcinha dela era de lã, daquelas que o tempo cria umas bolinhas, que para tirar... ocupa a noite... até de manhã...

2255
26 de setembro de 2012
meu desejo é um eterno pulsar uma estrela no universo perdido das salivas que se recolhe feito buraco negro para atrair qualquer coisa viva

2254
26 de setembro de 2012
tua tristeza tem um que de indecifrável, mesmo quando não leio mais no largo do teu sorriso o velho desejo de paz por debaixo do batom lilás

2253
26 de setembro de 2012
Estabilizado e estático, distanciado dos maus sintomas, em neutralidade gris, longe de teu Universo paralelo, desenhado com um toco de giz.

2252
26 de setembro de 2012
Um abraço selvagem de uma leoa no cio, querendo tua carne crua em noite que não tem Lua, precisa mais que coragem para encarar este desafio?

2251
26 de setembro de 2012
Como ainda estou ligado em Você, feito pichação em xis, sou uma reticências incompleta.. não posso ser, nem quero ser:
cem por cento feliz!

2250
26 de setembro de 2012
Então ta! Eu fico só... acompanhando de longe a tua dor, tele-cultivando alguma afetividade, regando com melancolia
o fruto seco deste amor.

2249
26 de setembro de 2012
Não é fácil ver teu cérebro brilhante com uma tarja preta pregado na cruz, mergulhado em química deixando de oscilar entre a sombra e a luz!

2248
26 de setembro de 2012
muda também a mim que te amo, muda meu olhar sobre Você, muda o que sinto,
muda a minhas emoções em saudades, minhas frustrações em vontades

2247
26 de setembro de 2012
Ela não tira só teu tempo de vida,
não muda só quem Você pensa que é, não altera só tuas emoções e identidade, é Lua cheia em tuas marés!

2246
26 de setembro de 2012
tua depressão escorre em mim como um visgo, um vício que me torna em ti
incapaz, cego em tua tristeza cubro meus olhos com qualquer aqui jaz

2245
12 de setembro de 2012
Vai passar: o velho medo, a roupa amassada, esta puta dor nas costas, a limpo teu rascunho e a paixão que me incomoda desde de 12 de junho!

2244
12 de setembro de 2012
para despertar teus demônios senis chupei  lavas geladas até que a boca de teu vulcão só expelisse uma fina fumaça de contentamento gris...

2243
12 de setembro de 2012
A balda era evidente, muita manha logo de manhã, uma marra sem precedentes, uma jactância ejaculando preguiças sem qualquer motivo aparente!

2242
12 de setembro de 2012
gemia meiga como gata no cio, um diálogo de suspiros num jogo entre Sharapova e Azarenka, resultado: multa do condomínio e uma bela encrenca

2241
12 de setembro de 2012
Componho letras esquizofrênicas como quem desenha gatos de Wain ouvindo Debussy em torre de Galdi: degustando o shoyo de tua presença cênica!

2240
11 de setembro de 2012
Não quero teus vinte anos de tristeza, quero a alegria de tua infância, aquele abraço aberto que cria felicidade em tudo que está por perto!

2239
11 de setembro de 2012
era só um sentimento bobo, depois virou obsessão, uma idéia fixa sem qualquer explicação, que tomou conta da mente e se tornou louca paixão

2238
11 de setembro de 2012
O caminho de tuas águas começava no pescoço, descia pelas tuas costas como chuva em inundação e morria feito gotículas no fundo do teu poço!

2237
11 de setembro de 2012
velho caminho usado, onde tudo era preciso, as flores nos canteiros, o portão azulado repintado que desbotava no verão sem qualquer aviso...

2236
11 de setembro de 2012
meu reino era de gelo, minha vitória de Pirro, um espirro de sucesso tratado por uma aspirina que deletou nos olhos qualquer cor genuína...

2235
11 de setembro de 2012
o velho barro entre os dedos sujos tinha um cheiro de usado que lembrava o cheiro dos degraus mijados da catedral que perdoava teus pecados

2234
11 de setembro de 2012
não creio mais em mim ou em Você, só acredito em nós dois, nossa capacidade de viver está no agora, não há antes e muito menos o depois...

2233
11 de setembro de 2012
Perder um amigo e ganhar uma saudade que não pode ser matada, onde o possível é só a lembrança, é como ter as tranças cortadas... na metade!

2232
11 de setembro de 2012
meio caminho andado, meio por caminhar, uma estrada sem fim, não tenho mais consciência do começo, se este tropeço é dentro ou fora de mim?

2231
11 de setembro de 2012
o vinho mordido até o azedo era um sinal de que a tua covardia não merecia respeito, depois veio a vontade de reconsiderar os meus direitos

2230
11 de setembro de 2012
havia um universo a ser descoberto, uma ilha de desejo num arquipélago de tesão, uma estrada onde o prazer era o guia cego de minha intenção

2229
8 de setembro de 2012
tua resposta veio no meu contra pé, só vi ela passar, com vontade de voltar e o corpo sem parar, foi quando eu cai… sem sequer sair do lugar

2228
8 de setembro de 2012
parecia haver um clima leve, tênue como neblina sumindo ao Sol, depois veio um calorão danado e o desejo de banho com baldes de água fria...

2227
8 de setembro de 2012
como se fosse fácil deixar tudo como está, o café quentinho na térmica, a manteiga aviação derretendo no quente do pão e um furo no coração

2226
8 de setembro de 2012
num estranho sonho um ser de luz deu-me mais um segundo de vida e eu estou a mais de um ano sem saber o que eu com ele vou realmente fazer

2225
8 de setembro de 2012
frágil como um cristal nas mãos de um bebê, Você apareceu com suas transparentes e estranhas dores, ora sorrindo a toa ora triste como um nó

2224
8 de setembro de 2012
só porque era um daqueles relacionamentos clandestinos que lhe davam tesão, não iria perder o conforto gelado de sua outra longa  relação...

2223
8 de setembro de 2012
Quem define quando tudo acabar? O que está cansado, o não acomodado, o que por outra está apaixonado, o desiludido, o menos envergonhado?

2222
8 de setembro de 2012
as dores antes do parto, o suor na hora h, a expectativa de tocar o bebê... um chorinho estridente e um corpinho cheio de sangue a se mexer

2221
8 de setembro de 2012
decidiu entregar-se como se fosse uma última noite antes da guerra, abriu lentamente a camisola nova e deixou a vida fluir uma única vez

2220
8 de setembro de 2012
e o tempo em que ela cozinha o galo fingindo nada querer, depois conta pras amigas tudo que ele tem de bom e como ele se debate na situação

2219
8 de setembro de 2012
sabe aquele toque leve de dedinhos quando se sai a primeira vez… e aquela pequena faísca acende uma fogueira que não se tem mais como apagar

2218
8 de setembro de 2012
O tempo lento na janela, a brisa do feriado entra por ela e emoldura em preguiça meu olhar: fico me distraindo com o simples do teu brincar!

2217
8 de setembro de 2012
Há um quintal em minha sala, não é digital como os Backyardigans: no chão coloridos EVAs sustentam brincadeiras simples desde as 6 da manhã!

2216
8 de setembro de 2012
depois que a tormenta transformou minha horta sem agrotóxico no meu maior fiasco, resolvi aceitar teu convite para um bom e velho churrasco

2215
8 de setembro de 2012
Minha pequena filha caminha sorrindo em minha direção, ainda não entendo o que ela diz, ela me abraça, me esmaga, me faz imensamente feliz!

2214
8 de setembro de 2012
alguns prédios gregos eram só restos de fogos, não os de Atenas, estes tempo e guerra deram conta, mas os construídos para os últimos jogos

2213
8 de setembro de 2012
no contraste entre o olhar cansado ao lado de uma cadeira vazia e o brilho nos olhos do meu amor, carreguei meu peito em mil fotografias...

2212
8 de setembro de 2012
Ao te ler em pequenos versos, tentei decifrar teu coração, encontrei minha viola perdida que de tão vadia, nas tuas entrelinhas se escondia!

2211
8 de setembro de 2012
Invisíveis debaixo das pálpebras há muitas sujeiras, algumas velhas crenças que incomodam, são bengalas brancas que conduzem nossa cegueira!

2210
8 de setembro de 2012
As asas eram de anjo. Se dizia modelo: Victoria's Secret ou Christian Dior? Impossível percebê-las com tanta sensualidade jogada ao redor...

2209
8 de setembro de 2012
ouvindo ela cantar agradecendo o silêncio por ele não mais existir é como um grito no escuro me dando estranhos motivos para no claro dormir

2208
8 de setembro de 2012
no lixo de um universo pelado, sem astros e cometas, orbitando teus asteróides mentais, flutuei sem gravidade no velho dos teus sinais...

2207
8 de setembro de 2012
chata como sonrisal dissolvendo num copo sem água, uma gata solitária no cio, uma mágoa no sal, um placebo amargo no meu estômago vazio...

2206
8 de setembro de 2012
A bola está contigo, o gol por um triz! Minha zaga cansada com cartões amarelos já não defendem os desconcertantes dribles dos teus quadris.

2205
7 de setembro de 2012
Teu carro estragado na esquina, tanta coisa para te dizer, minhas mãos prestativas sujas de óleo e Você tão cretina fingindo... nada saber!

2204
7 de setembro de 2012
o vestido vermelho era indecente: pernas imensas esticando-se na mesa de bilhar, meus olhos em sinuca não tinham alternativas além de olhar

2203
7 de setembro de 2012
Você diz que detesta engenheiros, cheios de lógica sem escolha, mas também fico possesso no meio de tantas folhas esticando teus processos!

2202
7 de setembro de 2012
Cair da moto foi só um detalhe, o corte no braço, o talhe nas mãos. Era claro o sinal: deixar o pó da estrada estacionado nas veias coração!

2201
7 de setembro de 2012
A guitarra de 65 era apenas um troféu, o antigo dando um novo prazer, como tocar o tempo com os dedos, atravessar um véu de tantos segredos!

2200
7 de setembro de 2012
Será que Você me perdoa ou não, te fiz crer que tudo em nós era perfeito, mas ficou só o sorriso de um filho...nas linhas tortas de tua mão!

2199
7 de setembro de 2012
tão frágil quanto denso o intenso do teu ágil olhar, lastro de leite, teus seios em riste, no meio do triste me deite em teus rastros sem ar

2198
7 de setembro de 2012
Agora levanta, espanta a preguiça, vista a tua roupa e desliga o jornal... eu não quero sentir… foi só mais um acidente… está na hora de ir!

2197
7 de setembro de 2012
sem medo ou pena esgote meu ar, respira o silêncio até o sono chegar, sem sonho ou ninho durma tranqüila, não há esperanças, nem vai começar

2196
7 de setembro de 2012
no fundo das águas do teu oceano, quero morrer de tesão, sem nojo, sem tarjas ou riscos de giz, me ama até sem vontade, no metro de Paris...

2195
7 de setembro de 2012
lento em canabis... acesa sem pressa... me ama à beça... em queda livre… quase feliz… quero ser aquela dor... que me leva ao teu bis...

2194
7 de setembro de 2012
há canas e canas, a minha cana é benta
pelos sete pecados do teu interior, me ama sem tempo, me ama senhora em ritmo blue por todas as horas

2193
7 de setembro de 2012
Troque a chama, me toque sem rumo ou até… beba meu chá, que também é da índia... o pó da escada é só um incenso queimado que agora é rapé...

2192
7 de setembro de 2012
… me ama feito uma Brahma, gelada em suor, me ama até que tua nua vergonha se esconda na sombra do meu falso pudor…

2191
7 de setembro de 2012
Vem cá na cama, ela é de cana da Índia
tua chama me chama, me ama sem fé
nem cabeça, sem roupa… de pé...

2190
4 de setembro de 2012
agora que o cigarro fica lá fora, há um novo espaço de azaração e quem detesta nicotina, fantasia o que acontece, com quem sumiu do salão...

2189
4 de setembro de 2012
no piano uma música lenta e quase sem fim, o drink com um guarda-chuvas colorido e uma casca de limão, um gole doce emoldurando toda solidão

2188
4 de setembro de 2012
carrego teus idiomas no meu inconsciente coletivo, só te compreendo dormindo, quando em sonho aceito que és um fantasma em meu mundo afetivo

2187
4 de setembro de 2012
Parado no ponto, tonto diante de tuas interrogações sem fim??? Em pausa deliberada... a espera que Você sossegue tuas dúvidas infundadas...

2186
4 de setembro de 2012
Mas a vida escorrega dos trilhos quando a dor cobra o salário e à revelia dita... algum obituário!

2185
4 de setembro de 2012
E se o tempo fosse ao contrário? Quando da morte de um filho comemorar-se-ia... aniversário?

2184
4 de setembro de 2012
Outras coisas são tão surreais, que parecem ser destinadas, como ter um bebê diferente de necessidade especializada.

2183
4 de setembro de 2012
Há coisas que são naturais, outras um quê atravessadas: como cérebro sem mente e alma para sempre apenada.