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Cleópatra
Miro 2.4.2015
Diante de tua Cleópatra em sensual deságio
afio meus dentes no arrepio de tuas cochas
rasgando teu ventre sem estressar minha língua
prendendo-me aos grilhões de teu linho egípcio.
Nado com teus velhos crocodilos e escravos nús
sem me ferir ou ferir a tua tez lisa de rainha
lento, asso cenas no fogo mágico de tua dança
e alugo a fumaça narguilé do mais velho ofício.
Mumifico os teus pés com os dedos da fantasia
e umidifico tuas dunas com o ferrão de escorpiões
num estertor sem morte que reforça o teu batom.
E depois de romper o ácido de tuas urnas e tumbas
espalho o leite necessário aos teus banhos de beleza
amaldiçoado pelas jovens múmias de Tutancamon.
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