terça-feira, 31 de julho de 2018

Saxofone


Miro 24.07.2018

Às vezes uma emoção complexa aderna 
e entra quase náufraga nos vãos da melodia
como um saxofone rasgando rouco… uma caverna  
e nutrindo torto o húmus seco de falsas alegrias…

E nela ecoa replicando alto suas notas vadias 
em descompassada guerrilha com a canção 
atravessando sem arrependimento a harmonia 
e indo fundo nas sombras esquivas do coração.

E aí compõe arranjos loucos em trapos de veludo
feito um patchwork vivo de decepções e ânsias 
que cobre de acordes frios tua atonal distância!

E se só tenho ao alcance teu vácuo como escudo
para enfrentar o silêncio escuro até a luz distante
Já não tenho mais teu ar… para compor adiante!

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