sexta-feira, 30 de julho de 2010

Rio Tejo

Miro 30.07.2010

Sou só vontade
uma Lisboa indigente,
neste incesto:
és minha carne
em tempêro
indigesto.

Marcho à deriva
entre colapsos
do teu Tejo,
lázaros prantos
ressucitam
meu desejo.

Eu janto juncos
junto as margens
do teu rio,
em insana fome
Belém afronta
o teu cio.

Vou de carona
cara quebrada
em tuas mãos,
enrigecido
por mosaicos:
sim's e não's!

Vórtices de luto,
perdas inóspitas
unção sem graça,
no fundo roxo
dos meus olhos
em tua taça.

Graças ingratas,
fraca indulgência
Toledo cão:
teus cristalinos
cristalizam
solidão!

Um comentário:

Patrícia Garbuio disse...

Sempre poeta!
Me repito em dizer,lindo!
bjssss