Tem uma ponta é só uma faca
um laço sem fio
um pedaço um gelo no cio
que me incomoda que me habita
que vira em roda que gira aflita
e me conta e me ataca
de tua beleza em fina tristeza
um terço esquisito um ranço restrito
quase infinito feito um rito
de contas de ressaca
sem fim um mau manequim
um fora sem escora
centro de mim no meu camarin
que em silêncio reza que dança incertezas
indo e vindo vindo e indo
no repente indolente
do nada na madrugada
ferindo cobrindo
irreverente o ausente
com baba com buracos
de pimenta danada como dor velada
um fogo amigo de viúva em jazigo
que acaba tosco cavaco
comigo… no umbigo...
É só uma ponta uma dor fantasma
que vira que pira
e revira e respira
me apronta… em asma...
É só um pedaço uma ruga na face
que mexe que lixa
e remexe e espicha
sem laços… sem desenlace!
Nenhum comentário:
Postar um comentário