Miro 28 de julho de 2016
Histérico grito
que quebra meu silêncio
interior...
e nos pequenos ossos
cai como quente
meteorito ...
que fala de morte
como se fala de vida
num apito...
e que faz do fim
um início de conversa
sem amor...
Histérico mito,
lírica música inconsciente
sem autor...
que ressoa nos tímpanos
e ecoa no silêncio
proscrito...
ópera interna atonal
composta por dissonante
cor...
rastro de notas soltas
apócrifas e num ritmo
maldito...
de significado abstrato
de origem arcaica
e sem portador...
Catarse do aflito
filho que deseja o pai
sedutor...
em mensagens dúbias
em vontades nulas
ao infinito...
faca que afasta o Édipo
e mata o próprio alfa
reprodutor...
que em rodeios sem fim
nutre com os chifres
os conflitos...
que repelem no tempo
o arreio trauma original
causador...
Catarse em rito
o toque no recalque
da dor...
que em ferida aberta
expele o remédio
maldito...
a cura não desejada
a escada em caracol
de horror...
somática complacência
que subtrai
o que evito...
e mantém agudo
o pulsar grávido
de anal tambor...
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