Sim ou Não
Miro 15.10.2018
Nova encruzilhada sem motivos onde me emaranho
uma vez mais em elaboração estática de um “ou”
com sinos opostos que dobram em tons estranhos
e nenhum representa o som que realmente eu sou.
Tateio no escuro um impossível caminho do meio
e só encontro pedras, pontas e cerradas portas
olho para cima com as asas presas nos receios
ancorado em minhas pernas finas, por ocaso tortas.
Prostro-me de joelho diante deste madeiro insano
de onde não quero voltar e muito menos prosseguir
nutrindo a chama velha do nó pavio delírio humano
de onde parafinas lágrimas salgam seco “o engolir”.
Fecho os olhos para o tempo que me resta e cobra
respirando fundo o impuro ar da navalha nostalgia
sem a brisa fresca das perspectivas de uma obra
paralisado e tonto diante do escuro beco: covardia!
Inflo de revoltas meu dilacerado peito sem domos
tentando um suspiro que sustente alguma fé balão
que me tire por instantes deste incômodo como?
e me alivie a angústia de só crer… num sim ou não!
Lisboa e eu
Há 5 anos
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