Miro 15.08.1981
Quando às vezes meu olhar
se esconde como o Sol
por de trás desta cidade.
Vejo a luz de um outro olhar
tão perdido quanto o meu
em sentimentos de saudades...
Alço vôo na memória
lembro seus cabelos brancos
onde o tempo fez morada.
Seu olhar além das nuvens
voltando aos dias de criança
o começar da caminhada.
Pé no chão em manhã fria
a brincar numa pracinha
de quebrar água gelada.
De correr atrás de bonde
e colher alguns tostões
que caíam pela estrada.
Depois à tarde num campinho
com toda turma se juntava
pra brincar bola de meia!
Esquecia que era pobre
nem ouvia o mãe chamado
pra jantar tão parca ceia....
Assim lembro suas conversas
fragmentos de uma vida
que o tempo não levou.
São quais telas coloridas,
são tão belas na memória,
as histórias que contou!
Ainda o vejo em sua cadeira,
balançando com seus canários
sob os galhos da amoreira.
Toda saudade no olhar!
Sinto minha alma na dele
ao ver meu dia terminar...
(*) Para Quintiliano Pedroso meu romântico poeta e avô paterno!
Lisboa e eu
Há 5 anos
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