sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Prismas Etéreos

Miro 22.08.2010

As rugas de dor no meu senho
são brindes a tua falsa miopia
que explora o que não tenho
com talheres da mais pura agonia.

Aos signos da minha idade
marcados em minha testa
um vestígio de seriedade
que tua transferência empresta.

Meu tom de voz soberano
além de teu ritmo interno
descobre trapos em planos
e cria prantos no teu inferno.

Tuas projeções são estilhaços
que minha face oculta detecta
são quase minhas no teu espaço
mas meu coração delas não se infecta.

As repulsas por ti cultivadas
com lágrimas de autopiedade
em minhas cicatrizes usadas
são pantalhas cruas de tuas verdades.

Sou sério como um palhaço
por de traz da cortina do palco
além das máscaras que faço
há dores de teus serenos escalpos.

Por mais que lave meus olhos
no teu olhar quase em cacos
são prismas etéreos que colho
de teus raros complexos intactos...

Nenhum comentário: