segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Bolhas de Sabão

Miro 05.09.2010


As vezes sinto no ar
minha intensa paixão,
que como bolhas de sabão,
se tornam insustentáveis
dentro do coração,
e embora meus pensamentos
acabem em física fixação:
desejando,
sonhando,
escrevendo,
gritando-te em vão,
elas se movimentam
por onde respiro
e brincam com a imaginação,
que te faz:
sorrindo,
perto,
carinhosa,
amada,
úmida,
cheia de tesão,
fico nesta brincadeira por horas
em devaneios primitivos,
em fantasias de encontros,
desenhando roteiros
sem qualquer noção,
são breves imagens tuas
que duram o tempo inexato
de uma explosão:
e se reduzem a espuma
ao primeiro toque dos dedos
de minhas mãos,
criando uma camada branca,
uma gosma escorregadia
de lembranças tuas
espalhadas caóticas
no ladrilho do chão
e que me faz cair
na realidade crua
de minha emoção
e aí surdo,
calado,
paralisado
e cego,
fico quieto
e insensível
na mais nua
e gelada
solidão!

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