terça-feira, 28 de setembro de 2010

Filme Noir

Miro 28.09.2010

Uma psicodélica armadilha
numa psico-dança circular
as voltas de uma fogueira
de chamas verde-azuladas
quentes como as tragadas
de narguilés em gafieiras
onde amplas fumaças no ar
dão sinais de vida na ilha.

Neurônios além da escotilha
voam fáceis sem sair do lugar
fugindo da própria coleira
ligam fitas desmagnetizadas
onde a memória foi apagada
por ímãs de cósmica poeira
que viajam por naves sem mar
tatuadas vezes em tua virilha.

Perto em quiralidade trilha
tua imagem folga no olhar
sobrepõe com luzes ligeiras
minhas sombras estagnadas
que zanzam à falta de estrada
atrás de tuas pistas solteiras
em clínica de um filme noir
crua dor por onde me encilhas.

Demônios em psico-matilhas
correm ao teu redor sem parar
visitam teu ventre em fieira
em contraste ao gelado nada
de minha extensa madrugada
que em fugaz via aduaneira
camufla o prata de teu luar
como um íncubo te dando pilha!

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