sábado, 29 de maio de 2010

Não se esqueça... que eu te amo!

Miro 29 de maio de 2010


Não se esqueça:
-Que eu te amo!
E o que aconteceu?
Hoje Você me esqueceu...
Eu em minha neura
esqueci de perceber
toda neurolinguística
que esta frase contém!
Que este NÃO vai além
reforçando o negativo,
ajudando teu inconsciente
a me esquecer também!

Não se esqueça que
quando eu dizia:
-eu te amo!
Eu tinha como resposta
um gostoso eu também!
Hoje tenho silêncios,
mensagens e frase feitas...
nada a ver e que nada tem!


Não se esqueça:
-eu ainda te amo!
E o que em ti morreu?
Ou o que em ti nem nasceu?
Não era amor...
Era um amor diferente
igual à qualquer irmão
uma mentira de trabalho
uma frase inocente
algo sem noção
que não era nunca
para ter virado paixão!

Não se esqueça que eu:
-ainda te amo!
que chamo o que é meu,
sabendo que já não são meus
os falsos nós que criamos,
e nosso vínculo quase vazio,
as chamas que em gotas
congelaram sem estar frio!


Não se esqueça que te amo!
Mas Você... de meu amor...
Simplesmente esqueceu!
Esqueceu até esta frase,
esqueceu-me de dizer
que e ti o amor morreu,
ou de ser mais sincera,
que sentimento por mim:
-Nunca... jamais aconteceu!
Ou que agora em teu coração
com um amor muito maior
não há lugar para o meu!

Dezessete vezes esqueça: -Eu te amo!
Declarado e por debaixo dos panos,
ou atrás da cortina do palco
como um velho e triste palhaço,
triste por tua depressão,
pelos teus tédios e remédios,
cultivando com solitária lágrima
o impossível no coração!


Do meu amor, não se esqueça!
Como assim... se de mim,
Voce também já se esqueceu!
Esqueceu de quem eu sou,
do meu aniversário em abril,
dos meus pedidos malucos,
de minha poesia bandida,
de meu perfume do mal...
Que teus olhares foram meus
e que por cumplicidade antiga
hoje ainda moras
em tetos que são meus!

Esqueça que eu te amo!
Esqueça sempre!
Sempre esqueça... eu te amo!
Se meu amor é tão cego
feito um lesado morcego
hoje fujo de tua luz
deixo meu emprego
como diabo... foge da cruz!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Krav Maga

Miro 27.05.2010


Como desafiar os fios de tuas facas em jogo?
Como desarmar tuas tantas armas de fogo?
Como apagar o estopim de tua inconsequência?
Aprendi aos poucos as tuas artimanhas sexuais,
estudei tuas poses e movimentos quase naturais,
deles fiz alavancas para minha sobrevivência!

Transformei em lanças, os meus pontos fracos!
Já sei lidar com os teus habilidosos barracos
e como atingir teus pontos mais insensíveis!
Li em braille as marcas de tuas falsas artes marciais,
depois construí trincheiras em meus terrenos vitais,
e mesmo cego, criei caminhos para ti quase invisíveis!

Com metas ousadas fui além do teu domínio!
Tive coragem para enfrentar o teu raso fascínio
até que rompi as algemas deste deslumbramento!
Tratei meu Ego e minhas fragilidades espirituais!
Desenvolvi nos olhos minhas forças intelectuais!
Superei debilidades com meu próprio sofrimento!

Se hoje te considero uma atração quase inimiga
é que sei defender-me de tuas manhas e brigas,
pois criei em versos um Krav Maga anti-paixão,
com contragolpes certeiros e movimentos letais,
para eliminar as ameaças dos teus ardis sensuais
e criar uma escolha ante esta tua... fractal sedução.

Sem noção...

Miro 27 de maio de 2010

Sou tão solto
Sou tão perto
Nem esperto
Nem revolto
Sou teu louco
Sou teu ventre
Nem tão pouco
Nem tão sempre!

Sou tão pronto
Sou tão verso
Nem reverso
Nem encontro
Sou teu lento
Sou teu leite
Nem deleite
Nem sustento!

Sou teu gozo
Sou teu ódio
Nem remédio
Nem esposo
Sou tão tanto
Sou tão luto
Nem espanto
Nem tributo!

Sou teu resto
Sou teu longe
Nem tão grunge
Nem incesto
Sou tão junto
Sou tão chão
Nem assunto
Nem fração!

Sou tão quieto
Sou teu com
Um semitom
Nada discreto
Sou teu medo
Sou tão não
Um segredo
Sem noção...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mikropoesias 300 a 320

320 Além da estrada cheia de campos e olivas, alguns moinhos caçavam ventos de além mar, enquanto meus olhos perdiam os teus em completa deriva.

319 A bela do Moulin olhou-me mais que devia, errou o passo e tímida sorriu, depois feito Jane Avril entre sombras e Lautrec simplesmente sumiu.

318 O almoço gelou com o velho frio em nossos pratos, nossos lábios rachados, mal continham os garfos enferrrujados e tortos de tanto usados...

317 Sob tiranias e soberbas, entre fios e lâminas, viravam-se latas e litros, tardes inteiras em completa alienação do que havia além dos muros!

316 Antes de dormir com o inimigo, fique com um amigo, acordada! Antes que eu chore o gelo em óleos derretido, derrame-me o calor de tua risada.

315 Meus olhos choram no suor de tuas vidraças, enquanto sem graça, meu coração, em ventos uivantes, pelas frestas de tua janela com medo passa.

314 Dia cinza do frio à mercê! De ficar protegido entre mantas e chás. Nariz ilhado em lenços, a garganta em nós. Dia cinza bom de ficar deprê!

313 Rôo as unhas, caço pedaços de minhas cutículas em sintonia com Você. Com dentes caninos mordo-me nas pontas dos dedos em suicídio blasé.

312 Implicitas ou explicitas, há ordens a serem descobertas no caos de ti que há em mim! http://liderancaimplicita.blogspot.com/

311 Eu te quero, pois faço parte de ti e tua humanidade em mim se expressa, tão forte e coerente como uma coincidência do amor!

310 Luto pelo luto de um amor! Supero a perda de um amor que nunca tive com buracos e fantasias que escapam pelos vãos dos dedos em poesias!

309 Vermelho na boca, azul no cabelo, pelos laranjas sob a calcinha roxa, a meia calça negra em xadrez, um festival de cores e muita insensatez!

308 Não se esqueça que eu te amo! E o que aconteceu? Hoje Você me esqueceu...

307 Ria de sua tragédia como se ela fosse em vão. Plantava a própria comédia, depois colhia solidão!

306 De riso fácil, era o palhaço da corte, tinha um vermelho na face que emoldurava a própria vida. Como circo, partiu sem qualquer despedida!

305 Enquanto engripas em gripes e depressa entras em depressão, eu derrapo por trilhas de jipes até as vias expressas da tua inexpressão...

304 No lado escuro dos teus olhos descobri a noite dos meus, no brilho de tuas lágrimas o dia amanheceu, comungamos tesão mas o amor não nasceu!

303 Não era ela aquela menina de empinado nariz, bunda arrebitada, que sem olhar nos jogava baldes de água fria? Ela mudou ou era só fantasia?

302 Quente era o colo úmido de tanto tesão contido, na primeira lambida se fez gemido, contorcendo-se de prazer como um animal de morte ferido!

301 Rara é a boca que me come em rimas, que na cama quer mais que lábios e ficar por cima, que quer uma tara louca na hora que mais me intima!

300 Destilo em pequenos versos os sentimentos controversos, que em vão eu não consigo engolir, só por vê-los em ti sem qualquer tradução...

Praça da Vila Cruz

Miro 17.05.2010 Poços de Caldas

Olho fixo o cinzento
através da neblina
até a ponta do poste
já quase sem luz...
Vejo o passar sonolento
de alguns passos
nas caldas das poças
na praça da Vila Cruz...
Em brisa se faz o vento
que leva no ventre lerdo
um dissonante poder
que ao nada me induz...
Sem frequência tento
uma linha constante
entre o velho do agora
com algo que não se traduz!
Unindo num só momento
o aqui sem pressa do antes
com o estático sempre
de um novo que não compus!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Teoria U (*)

Miro 13.05.2010

Se o teu olhar for com consciência
verá que não é só coincidência...
Se o silenciar-se for intenso
ouvirá além do seu senso...

Se suspender as crenças do teu ser
possibilitará o insigth aparecer...
Se considerar o diferente
a solução será mais resiliente...

Incluindo todos os envolvidos
e ouvindo suas histórias
entenderá o que trazem consigo
ante conflitos mal resolvidos!

Se mergulhar no problema em essência,
sem querer a resposta de pronto,
permitirá que ela te encontre
na complexidade de tua existência!

Se for capaz de se perguntar:
Qual a minha profunda intenção?
Que tipo de líder sou eu?
Qual o propósito desta minha ação?

Se fizer esta auto-reflexão
poderá influir em mudanças
que começam dentro de ti:
Mente aberta, também a alma, o coração!

Assim de modo sustentável,
em aprendizado sistêmico e profundo
não precisará de guerras e rupturas
para co-criar um novo mundo!


(*) Uma singela homenagem a Otto Schamer no dia em que o conheci!

Linha de chegada

Miro 13.05.2010


Linha de chegada
escombro de Rei Midas
ávida estátua perdida
entre o que não era
e o que nunca será!

Rinha de estrada
nos ombros mal dividida
dívida cara e sofrida
entre o fogo frio do jogo
e a sorte que não chegará!

Vinha de invernada
o assombro de morte em vida
lívida volta sem ida
entre o perto dos infernos
e infinito longe do paraíso!

Tinha deliberada
que ensombro de saída
líquida rebeldia caída
entre o pó da certeza
e o nó de um ser indeciso!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Zíngara Dança

Miro 12 de maio de 2010

Inválida paixão que me alucina
Como corte profundo no meu ser
Lâmina idílica que me desatina
E arregaça os nós de densos nus!
Trava o reverso do meu destino
Congela meu faro sem esvaecer
Espalha nas cordas de um violino
Zíngara dança de intensos crus!

Zoviet Insigths

4 de maio de 2010


Miro: ilógica intensão
... do que é incerto
Ana: te vejo cheia de tesão
Alba: minha boca em teu suor
Katy: só paixão e sedução
... você por perto e eu tão solto
... o transparente não turva
Miro: as voltas do teu pudor
Ana: fico totalmente envolto
... em tuas curvas
Alba: teus alimentos atrevidos
Katy: já não saciam a alma
Miro: atiçam os meus sentidos
... acabam com minha calma
Ana: e me deixam louco de vontades...
... de tuas entranhas...
Alba: vem! vem! simplesmente vem!
... me caça, me assanha!
Katy: me ama, me elouquece e me tem!
... vem sem jaça, vem sem manha!
Miro: feito nunca, vem me invade...
... hoje e sempre: como ninguém!

Berliner Mauer

Miro por 9 de novembro de 1989

Ler Lenine,
cultuar Marx,
entender Engels
e os estatutos
por Mao,
por Che,
por Fidel...

Crer na luta
libertária,
proletária,
fundiária,
nos sindicatos,
nos campos,
num bordel...

Ver a criatura
ainda pura,
após um século,
além tais ciclos,
sem ter vida,
sem ter sonhos
e em ais sem cura...

Ir à forra,
e delatar os éditos,
os falsos mitos,
o tom volátil,
a troca vil,
o elo fácil
desta hora...

E ter ternura
mesmo preso
em falsa aurora,
pois o velho muro
sem a foice,
e sem martelos ...
foi se embora!

Marrocos

Miro 12.05.2010

Hoje achei um estranho chá
Dizia para servir às cinco
Tomei de pronto, no ato
Nem vi o que ele continha
Cogumelos radioativos?
Feito de folhas ou sementes?
Levou-me além de Marrocos
Por caminhos paralelos
Universos coloridos
Um inexperado presente...

Amor em...

Miro 12.05.2010

Amor em harmonia
como o meu amor em Você
não tem culpa
não tem prazo
não tem tempo
e nem porquê...

Amor em alegria
como o meu sorriso em Você
não tem limites
não tem juras
não tem cobranças
nem clichê...

Amor em fantasia
como o meu solto e Você
tem tempero
tem magia
tem mais tramas
que crochê...

Amor em sabedoria
como o meu sempre em Você
tem espera
tem saudades
tem estrelas
que ninguém vê...

DaMaria complementa:

Amor em utopia
Como o meu deseja você
sem rumo
sem pódio
sem tudo
armadilha do querer...

http://damariablog.blogspot.com/

sábado, 8 de maio de 2010

Maria Augusta (*)

Miro 13 de setembro de 1993

Muito Sol, tantas Luas!
Pela estrada nua
pés já cansados de chão,
enquanto o peito
carregado de frutos
espalha no vento
compreensão!

São tantas lembranças,
algumas mansas tristezas,
enfeitando esta longa rua
enquanto nos olhos,
somente a esperança
brilha constante
realçando a pele morena,
emoldurada de cabelos brancos!

Conduz através dos tempos
meus pés que lhe segue confiantes:
carregados de gratidão!

(*) Para minha avó materna Maria Augusta, musa de meu patriota e poeta avô Francisco Pereira da Silva!

Fragmentos de uma vida... (*)

Miro 15.08.1981

Quando às vezes meu olhar
se esconde como o Sol
por de trás desta cidade.
Vejo a luz de um outro olhar
tão perdido quanto o meu
em sentimentos de saudades...

Alço vôo na memória
lembro seus cabelos brancos
onde o tempo fez morada.
Seu olhar além das nuvens
voltando aos dias de criança
o começar da caminhada.

Pé no chão em manhã fria
a brincar numa pracinha
de quebrar água gelada.
De correr atrás de bonde
e colher alguns tostões
que caíam pela estrada.

Depois à tarde num campinho
com toda turma se juntava
pra brincar bola de meia!
Esquecia que era pobre
nem ouvia o mãe chamado
pra jantar tão parca ceia....

Assim lembro suas conversas
fragmentos de uma vida
que o tempo não levou.
São quais telas coloridas,
são tão belas na memória,
as histórias que contou!

Ainda o vejo em sua cadeira,
balançando com seus canários
sob os galhos da amoreira.
Toda saudade no olhar!
Sinto minha alma na dele
ao ver meu dia terminar...



(*) Para Quintiliano Pedroso meu romântico poeta e avô paterno!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vigílias de Areia

Miro 4.5.2010

Todos os começos
são ternos, são berços
que se fazem completos
por serem inícios
sem culpas ou vícios.

Depois o destino entorna
palavras em lavas
reveses em lutas
raivas e gestos febris
saltam de braços hostis.

Não mais trocas lúdicas
e é estéril qualquer olhar
a bússola perde o leste
e o nível cai das alturas
enquanto o íntimo... satura.

Perde-se a ilha do amor
que sem mares por perto
produz vigilias de areia
e os olhos sem dono
descartam sonhos e o sono...

Ciclo sem sim...

Miro 4.5.2010



Mostro o que gosto

nos meus olhos

e nas minhas lágrimas!



Mostro o que não tenho

no meu cerrado senho

e em meu sorriso à vontade!



Meço meu desejo

pelo brilho do teu olhar

ou no lúdico do teu apreço!



Volto ao teu começo

como um fim em mim mesmo

em um ciclo quase sem sim...

Narcísico e Hedônico Ser!

Miro 4.5.2010

Que voz é esta
que não se faz silêncio
ao redor e além de mim:
-Onde está teu prazer?
Enquanto eu grito
este estéril culto
ao distante do teu Ser:
-Narcísico e hedônico Ser!
Louco... eu fico em nó,
por ainda assim,
e tanto assim:
-Só... te querer!

Ele & Ela

Miro 4.5.2010

Ele tinha conversa
eu com versos...

Ela vinha de esporas
eu de espera...

Ele: Era de Aquário
eu de otário...

Ela trazia esgrimas
eu em lágrimas...

Ele fugiu primeiro
eu inteiro...

Ela ficou comigo
eu perdi... um amigo?

Migra

Miro 4.5.2010



Migra

amiga

por pórticos

sensuais.


Ambígua

cruz de

indesejados

ais.


Vírus

incubados

por tribos

e animais.


Só símio

assimila

teus blefes

letais.

Toscos Sentidos

Miro 4.5.2010



Masca
desgostos
em nós
e garagantas,
toscos
sentidos
que travam
teus
poucos...

Jogo de Caras

Miro 4.5.2010


Teu cigarro tem fogo
que jogas nas caras
a mala sem alça
o faro do logro
o ouro que cala
amá-la é engôdo
em tiras de couro
e em louros de barro!

Transcende

Miro 4.5.2010

Vira
teus olhos
tua boca
e transcende
teu gozo
tua vontade
no índigo
do meu
blue!

Barra do Boi

Miro 4.5.2010



Barra
do tempo
tempo
de barra
farra
do boi
vento
que foi
nós
emboscadas
noz
moscada
mascada
na barra
do tempo
e o vento
nas fuças
do boi
por farra
se foi...

Em que gênero?

Miro 4.5.2010


Intensidade mórbida...
sórdida diversidade!
Em que gênero te tocar?
Em que universo te lamber?
Paralelos cantos onde teu encanto
se fez breve em meu impróprio viver!

Moinho dos Olhos

Miro 4.5.2010

Moinho dos olhos
onde colho
migalhas...

Onde o vento
não move,
nem espalha...

Onde esfrego
meu Ego
no nada!

Onde sonho
com asas
erradas!

Asteróide Fértil

Miro 4.5.2010

Um asteróide mergulha
na lagoa perdida
enquanto todos dormem...

Alguns cães latem,
Corujas suspiram,
Ante o baque astral...

A fértil lama cósmica
Espalha-se rápida
Ao redor do tempo...

Gravita livre
Por trompas de falópio
De viúvas, putas e virgens...

Sangrando escrituras
Reproduz ao mundo
Novas mães de Jesus...