domingo, 6 de maio de 2018

Cômodo Incômodo

Bato na porta 
do meu coração 
trancado
ninguém me responde. 
Grito 
- Ó de casa!
E ao meu intenso 
chamado
só o silêncio medra 
Olho através da janela…
Não há mais ninguém 
nesta moradia singela
que hoje é de pedra!

A solidão me aperta 
diante do cômodo
incômodo e vazio
dentro peito
e o que antes
extravasava alegria
e expelia paixão
vira angústia 
e tristeza
algo que corta asas
antes do ovo nascer
e mata o amor
antes mesmo dele ser.

Um assassino medo
quebra minha lucidez
que escapa 
pelos dedos
e mesmo com a mão
cerrada
apertada
num último gesto
de uma derradeira 
emoção
quer te tocar
como se fosse possível
com o teu mundo brigar

Miro 4.5.2018

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