domingo, 6 de maio de 2018

Sinos


Um sinal
de um sino
sem um badalo 
que se cria onde me calo
num eco estranho e intrínseco
um íntimo coro... que tanto abomino 
mas não abandono e, mesmo sofrendo 
não me arrependo... desta paixão sem dono.



Um Tristão  sem Isolda
em   imposto  degredo
por  onde me estresso
não  tenho mais dedos
para  quebrar  o gesso
dos tantos  quadrados
com que tu me moldas 
entre  o  certo e errado
de tuas raivas e medos
quando viro do avesso
e  a indiferença abraço.



E com ela 
eu me atravesso
sem porta ou janela
num compasso
único
que cria
e de ti recria
repetitivos ecos
de um sino lacônico
que me rende e me prende
aos sem saídas dos teus becos…
em
cínicos
sins!



E com isto 
eu me repito
sem decidir se desisto
deste escrito
único
que cria
e te recria
em repetitivos sinos
de ecos íntimos lacônicos
que me acendem e me vendem
aos caminhos dos teus desatinos
em
anacrônicos
fins!



Miro 4.5.2018

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