Às vezes penso em vão
Que não vai compensar
Esta nossa história
Assim continuar!
Ela é uma folha em branco
Sem tranco de inspiração
Que macule seu vazio
E alguma arte nela possa criar!
É como um som denso
Suspenso no ar
Onde nenhum instrumento
Seja capaz de tocar!
Assim é nosso roteiro
Sem palco e sem público
Um texto nu de meus ais
Um jamais... por inteiro!
Uma abstrata pintura
Loucura de pincel medroso
Que se enche de tinta
E não ousa pintar...
Uma pedra bruta
Feita de luta em silêncio
Que quebra qualquer cinzel
Que tente fazê-la falar!
Uma dança desconexa
Complexa e sem par
Sem passos ou ritmo
Para se dançar...
Um grasnar de cisne
Sem canto que tisne
Teu imaculado ouvido
De paixão desprovido.
Por isto creio,
Receio até revelar:
Meu filme queimado,
No close do teu olhar...
E num abrigo sem teto
Arquiteto tristezas sem fim!
Como estilista sem moda
Rabisco teu manequim!
Só...engulo folhas rasgadas
Rabiscadas de poesias,
Sem qualquer sal ou vinho
Que me tempere em teus dias!
Miro 5.5.2018
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