quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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Miro 29.09.2010


No caos de teu fuzuê
minhas poesias descansam,
ora como costas de rabiscos,
ora como marcador de agenda,
de vez em quando lês os escritos
e sem sentir amante ou amiga
desnuda-me por segundos
ante tua consciência,
depois me esquece,
me perde,
na bagunça que tece
ao redor da existência,
fico nas traças do teu mundo
como alguma borracha antiga
que só apaga o que não foi dito,
que não serve nem como lenda,
apenas um objeto entre ciscos
a espera que dedos atrevam
levar-me perto de Você.

Um comentário:

Isabel disse...

admirable talento para llegar al alma como un balsamo embriagador