terça-feira, 23 de novembro de 2010

631 até 708

708 Se a pira está pouca e o piropo mouco, pipoco mais um pouco e trato o rouco da minha boca com um trago muito louco...

707 Manca é a dor que tranca Tola é a dor que atola Cega é a dor que renegas Surda é a tua dor absurda Muda é a dor de ti que em mim não muda!

706 Luariza minha alma com brilhos em teus olhos de negros molhados, enquanto os meus, em janelas, mostram tudo que para ti tenho guardado.

705 Vem do Egito esta vontade que já dura 7 anos de poética fertilidade, quem sabe quando a seca e a fome criarão 7 anos de muitas saudades.

704 As vezes erro com este maldito mini teclado, que só nao é mais maldito, por que me canaliza em poesia um amor contido e que aqui eu GRITO!

703 Enquanto o palhaço da coincidência se maquia para o espetáculo do acaso que não rola, peço ao mágico que tire algo de Você de sua cartola!

702 Houve um descangamento nos ombros, quando entre desertos e escombros, ouvi de ti que me querias tanto quanto eu a ti em minhas poesias!

701 Hora de buscar o sagrado das manguaças e Baco em seu trono, já que minhas 3 amigas perdidas resolveram me deixar como um Avatar sem dono.

700 A Voce que me persegue como corrisco em busca de eucalipto plantado para secar terreno: meu tronco jamais se desertificará em teus venenos!

699 O corpo quente em febre de paixões tropicais, a saia colorida rodando, girando mais que os casais em dança caribenha ao som de puros metais.

698 O que fazer com este cheiro de salompas que mata meu perfume Jean Paul toda vez que tento recuperar-me de ti em terapias orientais.

697 Varri para debaixo do tapete minha mágoa em fúria indomável, com o tempo ela apodreceu em minha sala, deixando meu ar insuportável!

696 Não quero me despedir de ti meu grande amor! Quero ir a francesa, sair de tua mesa como um vaso roubado por uma outra inesperada flor!

695 Ao abraçá-lo tocou sorrateiramente a tatuagem da moto, que pulava em autorelevo no braço, sempre que ele a amassava como uma esteira de aço!

694 Só o azul do esmalte permitiu lembrar quem era a mulher de costas dormindo ao lado: delicados dedos mexendo no gelo do seu intimo malte.

692 Não a laço que afrouxe o garrote da morte, da ida sem despedida que era para ser volta, que ao invés de paz revolta com o revés da sorte.

691 Ainda ouço o dedilhar cansado de seus dedos no velho violão Gianini, arrancando da memória lúcidas canções que deram rítmo a sua história.

690 A confiança que surgiu entre nós não era política nem de infância ou de secreto enredo, era espontânea como folguedo de crianças sem medo.

689 Gostava dele como a um irmão mais velho, cheio de habilidades, dono da necessária noção, quase um espelho hoje estilhaçado no úmido do chão.

688 Foram-se todas as festas, vieram todas as honras, um rodeio de laços infinitos e finos onde não foi possivel domar o potro louco do destino.

687 Sob as costas o baque de inesperado guante, interrompendo fluxos, contendo a ilusão da vida como se ela fosse o retrato de um só instante.

686 Nao era nem de pesar, nem de nostalgia, era uma mistura de surpresa mal resolvida buscando um motivo para tudo que lhe acontecia...

685 As palavras escorriam em lágrimas de chuva fina através da canaleta maculada pela dor, ao lado da infinita estrada deserta de tanto amor.

684 No longe do caminho uma curva se torna porta por onde escorrega o tempo em vórtices de lembranças e num turbilhao de sentimentos.

683 Entre o asco de tua fome saciada e o medo de não cobrir teus desejos, fujo do sujo dos teus segredos em nome dos vazios de nossas risadas...

682 Montado em sela frouxa de potro mal domado e manco, sentindo o chicote do tempo trotando feito um encosto.

681 Ante o desmoronamento de itinerante equilíbrio, perto de mais de tuas prontas dificuldades, aspergi no ar um anti-transpirante da vontade...

680 Para tramar na minha sorte não é preciso luz, nem linha, basta dela sair e ficar presa entres os nós de nossos nus em rinha de ponto cruz!

679 Quando tua mente de mim estiver vazia e mesmo assim, meu diabo nela entrar, conta prá ele onde escondes teu fogo, o jogo do teu olhar...

678 Que susto! Pediram-me para enxugar 9 kg até dezembro. De lágrimas? De cachaça? Não me lembro? Com dor? A que custo? Será pago ou de graça...

677 A entrega veio rápida como torpedo de submarino atingindo cascos de navios. Um beijo digital que ferveu as águas e acendeu meu curto pavio!

676 Um óbice de saia atravessou à frente do carro de bicicleta, as minhas imprudências me pararam para eu olhar entre panos a esvoaçante atleta.

675 A maior loucura compartilhada é a paixão! Juntos perde-se a consciência, diluem-se memórias e histórias, ela não sacia, nem recobra a razão!

674 Olho para este chapéu de lado, entre o pensar e o apaixonado, ele me alegra, ele me intriga, como abraço cheiroso e apertado de uma...amiga?

673 Colocaram-me em uma máquina do tempo, onde rugas e marcas somem ao toque de um botão, me vi menino apaixonado, roubando uma rosa em botão...

672 Planejam-me tirar do sério, levar-me para o rio da perdição, batizar-me com goles de cachaça, para que minhas incertezas não sejam em vão!?

671 Quase saiu da água quando viu todas as curvas e esses da exímia nadadora vindo em sua direção com a fúria de uma cobra mal matada de paixão.

670 Lambeu as gotículas de suor que brotavam na penugem do pescoço dela, depois respirou o arrepio como um nariz grudado em vidro de janela...

669 Uma vidente banguela dizia por entre os vãos dos dentes que a escolha evidente era só dela e que o prudente era ficar com o marido ausente.

668 Encantou-me ligeiro, só que era mais ordinária que menina nova de shorts curtinho na beira da estrada pedindo carona para caminhoneiro.

667 Visitou a consciência e nada. Tería virado um psicopata cretino sem limite? Queria a balada mesmo ganhando dela apenas um falso convite!

666 Na ausência de todas, comprou um ursinho falante para seu pessoal abuso, com o tempo as frases gravadas viraram gemidos pelo indevido uso...

665 Ao roubar o doce azul do noivo, jamais imaginei que a composição era mal intencionada e fariam da noite um pedágio de cancelas levantadas./.

664 O mel claro e doce de assa-peixe sobre a pele única&exclusiva da morena do sertão, trouxe-me a boca um hálito de novidade em louca intenção!

663 Só em meu canto: canto que assanha, canto que é pranto! Manha de menino que acanha o amanhã, enquanto não voltas revolta-me as tuas voltas!

662 Ao descobrir que o meu tempo não existe sem teu espaço, que meus braços são vazios sem a tua vontade, entendi o significado de eternidade...

661 Em meu corpo, sintomas de transição, dores que se espalham nas juntas, mas cuja origem é clara: são as cascas de minha improvisada mutação!

660 Joguei conflito ao invés de confete, conferi na cara quando deveria ser sutil, depois sem botas e esporas, deitei os pés em covardia senil.

659 Segredou-me sobre seu shampoo de oliva com andiroba, mistura estranha ate' provar o emaranhado dos cabelos dela nos meus prediletos cheiros.

658 Naveguei em filosofia, remei por novos pensamentos, abordei navios de estranhos conhecimentos até aportar no cais de tua sedutora sabedoria!

657 Com um sorriso inoxidável, brilhante e fatal, disse ao namorado que só casaria depois de tirar o aparelho. Ouviu da avó este conselho oral!

656 O que é mais legal? Ganhar 2 massagens seguidas da gostosa da ginástica laboral ou ver o carioca babando de inveja de minha sorte matinal...

655 Tratas-me no twitter como se não me seguisses em verso-vice ou vice-versa, com segunda intenção, em segundo lugar... sem respostas inversas!

654 Quero estar no teu sorvete de goiabada e queijo, quero me esconder no teu chocolate líquido sem alpino e fixar-me sem batom nos teus beijos.

653 Se ao menos Você me adicionasse ao seu desjejum como gotas de algum natural substituto do seu açúcar, eu podería ficar mais dentro de ti...

652 Tudo sería melhor entre eu "e" você se não houvesse este "e"...

651 Explorava o corpo do namorado como um Jacques-Yves Cousteau, escarafunchava entranhas e mergulhava nos pelos ao redor da tatoo art nouveau.

650 Quando percebeu que tinha entrado em seu inferno astral já era tarde, sem alarde, perdeu amigos, brigou com a esteticista e acabou comigo...

649 TENHO ÓDIO DE ETIQUETA de intruções de como lavar que fica raspando a cintura como se fosse unha mal roída de adolescente em primeira TPM.

648 Enquanto isto no submundo escuro do minicontos perversos, o pastor depravado prega a esmo: - não bussatanás teu próximo coma ati mesmo...

647 TENHO RAIVA DE CORRENTES que apelam por lágrimas ou atenção, apresentando as anomalias humanas como se só elas despertassem a compaixão!

646 A se... eu estivesse entre um dos teus esterótipos, nadando como um avatar entre os ícones mais usados da tela de teu novo celular?

645 O cara era um chefe linha dura, um general Pires da ditadura, testava os culhões da tropa frente a frente em reuniões depois do expediente!

644 Joguei lenha na fogueira de tuas vaidades, coloquei pilha no carrosel de tua arrogância, gastei tempo para vê-la feliz, agora é hora de ir!

643 Sei de tua tática de luta-fuga. Sei do teu afastamento cagão. Sei que estás doida para me ver e tem medo de se ver no mesmo grau de paixão.

642 Só ingeria homeopáticos e comida natural: aos oitenta, ainda se esfalfa no ímpeto libero-lenhoso matinal como nos bons tempos de macho alfa.

641 Coração sem limites, cheio de ousadias, que sempre o novo quer provar o que sabes da solidão de tuas tantas fantasias? http://vai.la/1zHn

640 Hoje eu me sinto assim: uma peça rara, de uma grife cara, num cesto de vime, “Deprê” e em liquidação! http://vai.la/1zDz

639 Nada a temer, além do medo. Nada a jogar, além da sorte. Nada a contar, além das contas. Nada a sonhar, além da morte...

638 Os cabelos em cachos caiam sobre os ombros até o umbigo. Uma cascata de noite deixando no ar um cheiro de condicionador de yogurte de figo!

637 Surpreendeu o marido e a vizinha nus no banheiro social. Ao perguntar o que era, ela disse de pronto: só quero emprestado um punhado de Sal!

636 Num tubo do emissário de Ipanema decidi ser Engenheiro, depois fui preso, quando saí, me senti como cocô de viralata secando num canteiro...

635 Se não posso ser feliz ao seu lado, fique pelo menos com o canarinho amarelo, com a coleção de vinil e o buda dourado...

634 A tal calcinha beje poida no tempo era seu único bem, a tratava com merecido cuidado, a não ser quando ía ao drive-in com o namorado...

633 Não sei porque algumas de minhas manias me levam diretamente a Você.

632 Tenho um lado criança e um outro lado cachorro, que quando se encontram eu quase me acabo correndo atrás do próprio rabo.

631 Na encruzilhada deserta, enquanto a inerte bússola aponta para o vazio infinito no instante decisivo da escolha.

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