quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Auto Prisão

Miro 27 de junho de 2007

Ainda correm dos teus olhos
lágrimas de abandono injusto
pelo deposto dono de teus sonhos
e que um dia te fez algo feliz

Ainda sofres com teu destino
amaldiçoado

Tricotando em dor a perda imposta
já não tens mais o brilho de antes
também não procuras outras luzes
e a sombra da noite lhe contém

Tocando teu tempo em diapasão
monótono

Lentamente diminuindo seu tempo
esvanecente solidão em guardanapos
enquanto o pó ainda não é concreto
ficas entre o ontem e a saudade

Cultuando a morte em teu futuro
vidrada

Sem raízes, sem âncoras e rebites
Sem fome, sem desejos e vontades
Sem risos, sem dentes e coragens
Sem saúde, sem capas e remédios

Completamente livre, solta em tua
auto prisão.

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