sexta-feira, 12 de novembro de 2010

FIGURANTE

Miro 26/09/2005


Não cobrarei de ti
o que não me podes dar.
Cobrarei de mim
o que te ensinei a negar,
quando e como dizer não.
Plantei em ti
sementes de liberdade,
colhestes de mim
demente inadequação.

Por isto, não cobrarei de ti
a dor do meu coração.
Embora quisesse culpá-la,
nesta história tu és inocente,
mesmo com prova em contrário
mesmo na contramão.
E eu montado em sela frouxa,
num potro mal domado e manco,
sentindo o chicote do tempo,
trotando feito um encosto,
no deserto de cada instante.
Sem ser mocinho ou vilão,
simplesmente um figurante,
dispensado das últimas cenas,
segurando as rédeas ásperas
de um cavala mortal

SOLIDÃO...

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